Entrevista – Felipe Ventura fala sobre o “Teleton” e muito mais

Entrevista – Felipe Ventura fala sobre o “Teleton” e muito mais

Max111-1A história de Felipe com o “Teleton” começou cedinho, quando ele tinha apenas oito anos e decidiu doar seu cofrinho de moedas, com apenas R$ 75 reais para ajudar a AACD nas mãos de Silvio Santos no palco do “Teleton”, no SBT.
Hoje, aos 24 anos, ele entrega suas doações reforçadas todos os anos por colaboração de familiares, amigos e clientes ultrapassando o valor de R$ 30 Mil.

Ele fala sobre a importância da corrente do bem, sua profissão e revela como é estar ao lado de artistas como Silvio Santos e Eliana, confira:

D3X_2019
Felipe Ventura, o famoso “Felipinho”

Bastidores – Sua educação e responsabilidade social sempre chamaram atenção desde sua primeira participação no “Teleton”. Você acha que o Brasil aprendeu com você? Ou poderíamos arrecadar mais?
Felipe – Acredito que aos poucos o mundo começa a entender a importância do trabalho voluntário e da solidariedade. Estudei uma pesquisa que mostra que somente 8% dos jovens brasileiros estão engajados em projetos sociais. Apesar disso, esse número vem crescendo, já que eles começam a perceber que o bem estar individual só é completo, se a sociedade como que importa é o tamanho do seu gesto solidário, o quanto você pode tocar o coração das pessoas. Eu sou um jovem como todos os outros, vou pra balada, fiz mochilão com meus amigos , mas arranjo tempo pra fazer o bem para as pessoas, dar uma palavra de carinho , dar amor e atenção. Nós jovens precisamos nos mobilizar se queremos ter um mundo melhor. Não podemos ficar acomodados só cobrando dos nossos políticos temos que fazer a nossa parte, retomar estes valores de cidadania, tão esquecidos pela nossa sociedade. Esta luta é de todos nós. Se não podemos  mudar o mundo todo, podemos mudar o mundo todo de uma pessoa.

Bastidores – Como a AACD mudou a sua vida? e o que você mais gosta lá?
Felipe – Quando tinha 10 anos, levei um tombo durante uma brincadeira com minhas primas, e quando fui levantar do chão não conseguia sentir minhas pernas, tive uma lesão medular. Fiquei seis meses em uma cadeira de rodas, paraplégico. Isso aconteceu uns três anos depois que comecei a ajudar a AACD, por destino   tive que passar o que todos os deficientes vivem . Nunca achei que seria para sempre, mas, ainda assim, foi uma época muito dura principalmente para meus pais. As pessoas nos olham  com pena, discriminação. Passei por vários médicos,  infelizmente na época eu não sabia que a AACD podia me tratar pelo meu plano de saúde, mas Graças a Deus, acredito que por eu ajudar tantas pessoas, por tentar sempre amenizar a dor do próximo, recebi uma ajuda lá de cima, e um dia sem explicação levantei, e nunca mais tive nada. Quando se vive uma coisa assim, percebe-se que pode acontecer com qualquer um, o quanto somos frágeis. Vejo diariamente  muitos casos  na AACD causados por bala perdida, acidentes de carro e até pranchas de surfe. Ao voltar a andar, só tive mais vontade de fazer algo  maior.

img-699408-felipe-ventura20151023101445603052
Famosos em colaboração a Corrente do Bem

Bastidores – Fale um pouco sobre a corrente do bem, e como você se sente sendo o idealizador de uma campanha tão importante
Felipe – A Corrente do Bem é um projeto social em escolas e universidades de todo o Brasil com o objetivo de humanizar, sensibilizar e conscientizar jovens e crianças quanto à importância da inclusão social, e tudo que é arrecadado é em prol da AACD. Já arrecadamos cerca de R$ 3,5 milhões em 10 anos. O objetivo principal da campanha é desenvolver os conceitos de cidadania, somado ao espírito de solidariedade e respeito a qualquer tipo de diferenças. Ao longo desse período viajei para 7 estados do Brasil e já falei para mais de 50 mil estudantes. Logo no primeiro ano vencemos o Prêmio Marketing Best de Responsabilidade Social. Me sinto privilegiado de estar, aos poucos, formando uma nova geração. Na minha página do facebook, Felipe Ventura, sempre posto tudo que faço, assim a campanha a cada dia ganha mais força.

Bastidores – Qual era seu contato com Hebe Camargo? O que acha da nova madrinha Eliana?
Felipe – A Hebe foi a grande incentivadora de toda essa minha história. Quando tirei meus pais de casa para fazer minha doação em 1999, fiz porque via o apelo dela e do Silvio pedindo para as pessoas doarem. Assim que ela me viu atrás do palco do Teleton, pegou na minha mão e colocou na frente das câmeras. Tenho uma gratidão enorme de poder ter dividido o palco com ela em tantos anos, e de sempre ter recebido seu carinho, e inclusive o apelido de “Felipinho”. A Eliana é outra pessoa muito querida, que me conhece desde pequeno, e que tem um carinho pela minha família. Fiquei muito feliz com a escolha dela para madrinha.

101949-700x487
Silvio Santos, Felipe Ventura e Hebe Camargo no palco do “Teleton”

Bastidores – Neste ultimo “Teleton” vimos em passagens de câmera na plateia você que não parecia muito feliz, algo lhe chateou?
Felipe – Acho que era cara de preocupação para alcançarmos a meta! Sei o quanto isso é importante para manter os hospitais e os atendimentos espalhados pelo Brasil, e ali atrás fico sempre tenso com essa expectativa. Graças a Deus mais uma vez alcançamos e superamos.

Bastidores – Ainda este ano não tivemos um encontro já tradicional e esperado, você e o Silvio, você sabe o porque isto não aconteceu?
Felipe – Por ser um programa ao vivo, a programação nem sempre acontece como planejado. É verdade que sempre entrei com o Silvio, mas entregar minha doação e o cheque da Corrente do Bem para os padrinhos, Daniel e Eliana, foi muito gratificante. O pessoal de casa que me acompanha, fica feliz em me ver ali e bater a meta do ano passado, então à sensação de dever cumprido foi à mesma.

Bastidores – Você já disse em uma edição que tinha um projeto, tem alguma novidade sobre ele? pensa em trabalhar na televisão?
Felipe – Quero ser uma inspiração para as pessoas, já que vivemos em um mundo tão individualista e materialista. Foi daí que tive a ideia de lançar o meu  programa chamado Geração, – www.programageracao.com.br,  que quer dizer, gerar uma ação e de ser uma nova geração. Em breve o canal no Youtube entrará no ar, e nele lanço debates e questiono paradigmas para promover mudanças sociais. Além disso, investigo e divulgo exemplos e práticas que inspiram, incentivam a mudança de mentalidade e convidam à reflexão e à revisão de conceitos e preconceitos. O Geração  foca na mudança de comportamento da sociedade, buscando uma conscientização de valores e não assistencialismo puro. O quadro que mais gosto é o Blog e Cia, onde ajudamos as pessoas a realizar seus sonhos, identificando quem precisa de ajuda e quem pode ajudar.

 

+ Gostou desta entrevista? Gosta de Televisão, moda e estilo?
Siga @Maxsody nas redes sociais e saiba mais

Pin It on Pinterest