Apresentador da TV Aratu/SBT é denunciado por desviar doações a crianças

Nesta última sexta-feira (09/08/2024), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) protocolou uma denúncia que envolve 12 pessoas no chamado “escândalo do Pix”. Esse esquema, que desviava dinheiro de doações feitas no programa “Balanço Geral Bahia” da Record Bahia até o ano passado, está sob investigação. As informações são do jornal “F5”.

De acordo com o MP-BA, os líderes da operação seriam Marcelo Castro, atualmente apresentador da TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, e Jamerson Oliveira, ex-editor da Record Bahia, e que agora trabalha com Castro no programa “Alô Juca” da TV Aratu. A defesa dos acusados afirma que o caso corre em segredo de Justiça e que, por ora, eles não irão se pronunciar.

Marcelo Castro e Jamerson Oliveira: Acusados de Associação Criminosa

O comunicador Marcelo Castro e seu aliado Jamerson Oliveira irão responder pelas acusações de associação criminosa e apropriação irregular. As investigações apontam que o grupo atuou entre 2022 e 2023, por um período de um ano e cinco meses, arrecadando mais de R$ 540 mil em doações. Desse montante, cerca de R$ 410 mil teriam sido apropriados, destinando apenas R$ 135,9 mil às vítimas retratadas no programa.

Como Funcionava o “Escândalo do Pix”?

Segundo o Ministério Público, “o grupo, de forma consciente e devidamente ajustada”, se uniu para cometer crimes contra pessoas em situação de vulnerabilidade social. Esses indivíduos necessitavam de ajuda para resolver problemas graves de saúde ou relacionados à falta de estrutura. As doações eram arrecadadas via chaves Pix exibidas na tela do programa da Record.

As doações eram feitas pelo público sensibilizado pelas histórias apresentadas.

Os valores eram repartidos das contas que recepcionavam as doações, seguindo as orientações dos líderes do grupo.

A maioria do dinheiro era desviada pelos líderes, enquanto uma pequena fração era destinada às vítimas.

Como o Esquema foi Descoberto?

O suposto esquema foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol Anderson Talisca, atualmente no Al-Nassr, decidir fazer uma doação de R$ 70 mil. O valor seria destinado ao tratamento de Guilherme, de 1 ano, que lutava contra o câncer e precisava de um medicamento.

No entanto, um assessor do jogador percebeu que o número do Pix repassado para doação – que deveria pertencer a um familiar da criança – não correspondia ao que foi exibido na televisão. Esse alerta levou a emissora a instaurar um procedimento interno e protocolar uma notícia-crime, resultando na demissão de Marcelo Castro e Jamerson Oliveira dias depois.

Quais as Consequências do Esquema?

Além das demissões, o “escândalo do Pix” levantou questões sérias sobre a transparência e a ética nos programas de televisão que solicitam doações ao público. A criança Guilherme, que foi destaque na reportagem e cuja família deveria receber os R$ 70 mil doados, infelizmente faleceu semanas após a exibição.

O Ministério Público continua a investigar o caso, e os líderes do esquema enfrentam acusações graves que incluem lavagem e ocultação de valores. Enquanto a investigação segue, o público continua aguardando por justiça para as vítimas envolvidas nesse trágico evento.

Se você deseja saber mais sobre como evitar fraudes em doações e garantir que seu auxílio chegue realmente aos que precisam, fique atento aos próximos artigos e atualizações sobre o caso.