Band não é a principal responsável pela crise do Grupo Bandeirantes; entenda

O Grupo Bandeirantes vive a pior crise da sua história e quem não entende do assunto coloca a TV Band como a principal responsável pela má situação financeira que se encontram as empresas da família Saad.

De acordo com as informações do jornalista Flávio Ricco, em breve destaque sobre os principais acontecimentos, positivos e negativos da Band, deixa claro que o responsável pelo rombo não é a emissora, mas o Grupo. A Band, depois de um 2002 conturbado, conseguiu uma boa recuperação em 2003 e com a chegada dos fiéis do religioso RR Soares a situação ficou ainda melhor em 2005. Mas se você não conseguir administrar o dinheiro que aparece, a situação fica ainda pior e por isso, Marcelo Meira, o vice-presidente da empresa naqueles anos conseguiu colocar a casa em ordem. Ainda em suas mãos, conseguiu conversar com os credores estrangeiros, estender o prazo de dívidas, mas enquanto isso, no Brasil, atingia o seu ápice administrativo com o acerto com a Globo para trazer o futebol, em 2006.

Em 2008 para frente, vieram o “CQC“, “A Liga“, o “MasterChef” e as novelas turcas. Foi o melhor momento da emissora desde o início do milênio. De acordo com o jornalista, “foi uma fase de purificação dos seus números, a ponto de se tornar saudável até ao que estabelece o Ebitda – lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”.

Só que o mar de rosas acaba quando a encrenca começa a aparecer: uma emissora com o título de TV Cidade, operadora de cabo se tornou um dos maiores problemas da emissora, que antes criada em sociedade com o SBT, o Jornal do Brasil e Hicks Muse, posteriormente largaram a Band sozinha no negócio. A crise voltou a bater na porta da Band pouco mais de 10 anos depois, em 2011, com a aprovação das teles para distribuição de sinal pelo Congresso Nacional.

Não só números oficiais, mas só de juros com a TV Cidade o Grupo Bandeirantes paga de 5 a 6 milhões de reais por mês, cerca de R$ 70 milhões por ano.

E ainda: para completar a péssima administração do Grupo Bandeirantes, que sempre teve as suas rádios e a TV aberta como sinônimo de qualidade, sucumbiu a ganância e investiu no escuro, como mídia exterior, empresa de eventos para fazer a Fórmula Indy e outros investimentos, que só contribuíram para ampliar a má situação.

A Band tinha um bom dinheiro, mas investiu mal e agora colhe os frutos.