‘Escolhemos os mais loucos, os que fazem merda’, diz diretor do ‘BBB15’

O diretor do “Big Brother Brasil”, J.B. Oliveira, o Boninho, revelou nesta quarta (25) o principal critério para escolha dos participantes da 15ª edição do reality show, programa que comanda desde 2002. “A gente escolhe os mais loucos, os que vão fazer merda”, disse em painel sobre a criação e adaptação de formatos na TV Globo no primeiro dia da quinta edição do Rio Content Market, um dos principais eventos do mercado de televisão da América Latina. As informações são do jornalista Daniel Castro, do site “Notícias da TV”.
Boninho respondia a uma pergunta sobre a representação da classe média brasileira em BBB e a influência do reality show nas telenovelas. “Os participantes que estão lá dentro não representam classe nenhuma”, afirmou o “big boss”. “Mas a maioria é classe média para baixo”.
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Para Boninho, depois de BBB os diretores de telenovelas passaram a ter mais trabalho na gravação de cenas do cotidiano. O público passou a ter outra referência de representação realista de tarefas domésticas, como cozinhar, lavar louça ou jantar, enquanto se conversa ou se discute a falta de arroz.
“Big Brother foi criado para um país muito frio, a Holanda, para uma casa fechada. A primeira coisa que a gente fez foi tropicalizar o formato”, afirmou. “BBB trouxe para as novelas um problema que é o naturalismo. Acho que o programa ajuda a dramaturgia como um grande laboratório, pois mostra como as pessoas se portam”, emendou.
A narrativa novelesca de Big Brother Brasil também foi abordada no encontro, que contou ainda com os apresentadores Pedro Bial e Tiago Leifert e com Creso Eduardo, diretor de The Voice Brasil.
Para Creso Eduardo, reality shows são uma dramaturgia reversa: primeiro acontecem as cenas, reais, e depois se constrói a narrativa, edita-se para ficar agradável de se ver, contando-se uma história. “A gente capta BBB pensando em uma dramaturgia, que são as tramas que eles mesmos [participantes] criam”, reconheceu Boninho.
Pedro Bial afirmou que BBB é o programa mais visto por jovens dentro da TV Globo. Ele fez uma comparação sobre a geração que cresceu vendo reality show e a geração que cresceu nos anos 1960 e 1970. “A minha geração, a do hipismo, era de jovens que queriam cair fora do sistema. Essa geração do BBB quer entrar no sistema. Esses jovens do Big Brother são contra a contracultura”, filosofou.
Bial acrescentou que o Big Brother brasileiro é o que mais tem humor no mundo todo. Segundo ele, as edições da Inglaterra e Espanha são orwellianas, no sentido de maior controle e isolamento dos participantes. Para ele, a figura do apresentador “humaniza” programa.
Tiago Leifert contribuiu para a discussão como uma imagem de Big Brother: “É o avô do selfie”. Lembrou que, nas primeiras edições, a gente se espantava com a exposição dos participantes. Hoje, tudo aquilo está no Instagram.
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