“País torceu por adultério”, diz Renata Dominguez sobre “Rei Davi”

Renata Dominguez, no ar na re-reprise de “Rei Davi”, exibido nas noites da Record, vivendo a personagem Bate-Seba, o amor proibido do rei, falou em entrevista ao O Fuxico, que o público da série, apesar da maioria cristã, desejou ver um adultério na trama.
A atriz falou da alegria de poder assistir novamente o seu trabalho, “É sempre bom rever um trabalho de qualidade, principalmente quando este é imbuído de valores e referências, coisa que nossa teledramaturgia anda carente. Estamos vivendo uma era em que o público vem nitidamente rejeitando tudo o que remete a essa realidade violenta e corrupta. As pessoas estão buscando resgatar seus valores, sua família, a esperança num futuro melhor. Não é à toa que as histórias bíblicas vêm crescendo na audiência pois, além dos valores, tratam também de experiências universais em que todos podemos nos identificar. Os heróis são seres humanos comuns, com suas virtudes e fraquezas que vencem a si mesmos e suas dificuldades através da fé. E fé é o que mais estamos precisando. Acredito ser um acerto a reprise”, contou.
Renata falou da personagem vivida na minissérie e completou dizendo ter sido um de seus melhores papéis na TV, ““São raras as oportunidades que a gente tem de fazer um papel com tamanha relevância e grau de exigência. Tudo o que pesquisei levava a questionamentos. Foi um desafio mostrar quem era essa mulher que virou a cabeça de um homem tão devoto a Deus, essa mulher que tomou as rédeas do seu destino numa época onde a maioria das mulheres abaixava a cabeça. Juntamente com o Spinello (diretor geral), conduzimos a personagem para ser apenas um ser humano, com suas complexidades, fraquezas, paixões, impulsos…uma heroína que não foi 100% nobre o tempo todo, o que a aproximou do público. Um ser humano que veio ao mundo como nós viemos, trilhou seu caminho, teve a humildade de reconhecer seus erros, soube se curvar a Deus e foi elevada a 1a mulher da linhagem de Jesus. Bate-Seba trouxe muita coisa para minha vida: mais maturidade, trouxe essa coisa da sensualidade, que eu nunca explorei em mim. Foi uma história de fé, de valores, uma lição de vida retratada de forma coloquial e muito real. Me sinto privilegiada por terem me confiado a missão de dar vida à Bate-Seba num mundo atual escasso de valores, de referências, inconsequente. Além de ter sido a personagem mais madura que já fiz, tinha uma sensualidade natural, que brotava na sutileza dos movimentos, na leveza, era lânguida. O oposto de mim. Sou ligada na tomada, moleca. Brinco, dou gargalhada, é difícil alguém me ver séria. Tive que trabalhar isso. Fazia exercícios de respiração, quase uma meditação antes de gravar para buscar uma serenidade que até então eu não sabia que eu tinha dentro de mim. rs… Com certeza foi um marco na minha carreira”, contou.
A atriz relembrou da forma carinhosa pela qual os telespectadores se dirigiam a ela na época em que a novela Rei Davi foi exibida pela primeira vez, “Nunca vi o Brasil torcer tanto por um adultério. Rei Davi teve 23 dos seus 30 capítulos na liderança da audiência no Brasil e ganhou o mundo. Vira e mexe recebo mensagens de fãs da Colômbia, Peru, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, República Dominicana… Estive no Porto, em Portugal, em 2012 e o shopping parou com o assédio dos fãs. Também fui reconhecida em Londres, ano passado, como Bate-Seba. É gratificante receber esse retorno. Além de Rei Davi ter triplicado a audiência da Fox Mundo nos Estados Unidos, onde já foi reprisada duas vezes”, declarou.
