Coluna: MasterChef traz Ana Paula Padrão de volta à TV: você viu?


Três coisas me prendem na cama durante um fim de semana inteiro: gripe, livro, televisão. Nesse último que passou, a TV foi a companhia do meu eu hiperativo, que ama rua, mas que estava muito gripado. Não conseguia ler nada, nem legendas dos programas importados. O corpo não acompanhou minha agitação natural. Por isso, superei a média diária de 5h45 do brasileiro que fica ligado na telinha, segundo uma pesquisa do IBOPE, divulgada em janeiro de 2014. Dediquei umas 15 horas por dia aos canais prediletos. Por serem mais leves e “gostosos”, optei por aqueles que retratam a gastronomia como tema.
Semana passada, já havia decidido qual seria a prosa desta crônica: a estreia do “MasterChef”, versão tupiniquim sob o comando da jornalista Ana Paula Padrão, que será exibido em 17 terças, às 22h45, na Band. Por coincidências ou uma virose detonante, a obrigação de ficar em casa, doente, fez com que surgissem os argumentos desta conversa, utilizando outros similares à aposta da noite da emissora dos Saad. Como disse Flávio Ricco, em sua coluna no UOL, dia 7 de setembro, “a culinária na TV virou o prato do dia”. Portanto, do reality nacional, falarei nas próximas linhas, pois quero apresentar antes os programas gastronômicos que mais curto, principalmente, os exibidos aos domingos. Espero que você esteja bem servido com as escolhas do meu cardápio.
Entre uma crise de tosse e uma zapeada, mas indiferentemente da gripe, começo a saga com os pratos nutritivos da Bela Gil, no GNT. A filha do cantor famoso comanda o “Bela Cozinha”, com receitas saudáveis e dicas do bom uso das propriedades dos alimentos. A chef e nutricionista arrisca em combinações diferentes levadas à mesa para convidados especiais, o que até traz um humor ao quadro quando alguém não come ou não gosta do que ela fez. Também no GNT, quando há reprise no sagrado domingão, fico grudado na simplicidade do “Tempero de Família”, de Rodrigo Hilbert, que descobre os segredos de comidas do dia-a-dia da família brasileira, passadas de geração em geração. As entrevistas com as vovozinhas são ótimas.
Depois, paro no TLC, um canal que sempre me atraiu pelos realities estranhos: Irmãs Ciganas, Tatto Rescue, A Médium, Tatuagens Terríveis, Bar Rescue –, mas que serão assuntos para outras conversas na coluna, que vai ficar saborosa agora, já que vou servir a programação mais calórica da TV a cabo. Os olhos ficam grudados, sem piscar, nos doces e pratos feitos pelo famoso confeiteiro americano, Buddy Valastro, que está à frente das atrações Bakery Boss (que salva padarias da falência), Cake Boss (que faz bolos incríveis) e Kitchen Boss (que mostra receitas para almoço e jantar). Como não ficar hipnotizado com o “Comidas Exóticas”, que percorre restaurantes que oferecem iguarias atrativas e muito inusitadas? No último que acompanhei, teve carne de foca, salaminho de pato e uma sobremesa feita de sangue. Já “Os melhores bolos da América” dá salivação intensa a cada episódio.
Contudo, os meus prediletos são os que provocam a criatividade de chefs de cozinha, seja pelos desafios seja pela pressão dos apresentadores. Hell’s Kitchen é um caldeirão de emoções por causa do nervosismo do divertido e caricato Gordon Ramsay. E eu já espero ansioso pela estreia da versão nacional, no SBT, que terá o nome de “Cozinha sob Pressão”, para fazer as comparações. Ainda no TLC, não perco “Masterchef: profissionais”, uma das inspirações para a volta à televisão de Ana Paula Padrão, num formato em que não estamos acostumados a vê-la.
Na Band, o “MasterChef” é bem popular e conta com participantes inexperientes, que não se dedicam ao ofício da cozinha comercial. Foram cinco mil inscritos, reduzidos a 300 competidores. Destes, apenas 16 foram para a etapa seguinte. No primeiro episódio da série, houve receitas bacanas, jurados contraditórios na malvadeza e no bom humor e emoção dramática que me fez chorar. Destaco meus candidatos preferidos pela ousadia: um jovem carente de São Paulo que fez salmão com molho de maracujá, e uma jovem que saiu do Amapá para revelar outra cultura, incomum a nós que moramos bem abaixo da Linha do Equador. O reality promete engrenar, mas achei Ana Paula caricata, cheia de caras e bocas, no papel de brava, comum aos programas roteirizados pela tensão. Porém, ela tem um carisma sensacional, que dá charme ao MasterChef da nossa pátria. Deu fome…vou ali atacar a geladeira até o nosso próximo encontro.
Um forte abraço,
Juliano Azevedo
Jornalista, Chefe de Redação da TV Alterosa/SBT Minas, Professor na Faculdade INAP.
Gosta de televisão e de gastronomia, e quando as duas se misturam dá uma combinação perfeita.
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