Coluna: Paola Bracho, Maria do Bairro e Catarina Creel
Olá, amigos! Como passaram a semana? Excelente? Ótima? Perfeita? Espero sinceramente que tenha sido bem proveitosa. Bom, antes de dar início a coluna, gostaria de aproveitar o espaço para agradecer alguns leitores assíduos. Claro, não vou nomear todos, mas citar apenas alguns; são eles: Kennedy Christian, Reinaldo e Helmer Massau. Obrigado!
Tive muitos pedidos para abordar o assunto novela mexicana, em decorrência deste fato, irei contar a vocês uma das minhas peripécias com os queridos e às vezes mal vistos “dramalhões mexicanos”. Você não se lembra do último texto publicado por mim aqui no “Bastidores da TV”? Então o acesse, clicando AQUI.

Lembrando que as notícias postadas nesta coluna não condizem 100% com a realidade. Mas, por conta disso, não emburre. Desfaça este semblante carrancudo e abra o sorriso lindo que você tem. Venha se divertir comigo. Sigam-me os bons!
Já lhes contei vários causos de minha vida, afinal de contas já aventurei-me em diversos setores que a televisão proporciona. Pelo visto, com esse mais de um mês de convivência vocês sabem bastante de mim, porém não tudo, por exemplo, sabem o meu nome? Arriscam um palpite? Parece que ouvi João, ou seria Pedro, ou talvez Gonçalo, infelizmente nenhum dos três. Peguem caneta e papel para anotar, prazer, meu nome é… Benevides Tibúrcio da Conceição e Silva, mas podem me chamar de Benê. Nasci e cresci em família humilde, mais bem humilde, tipo aquelas que fazem compra uma vez por ano, que pedem água emprestada na vizinha e mendigam na prefeitura por um leite de saquinho. Mas isso, amigos, não é desmerecimento algum, minha família me ensinou o valor do trabalho e do estudo. Cheguei onde estou por conta deles, afinal, poderia estar matando, roubando ou me prostituindo, mas não, estou aqui trazendo informação para vocês.
Passei boa parte de minha infância e adolescência no interior, lá fui apresentado a um estilo de novela digamos um pouco exagerada, com muito choro, barraco e um ritmo caliente, tratava-se das tramas latinas ou simplesmente mexicanas. Passamos dificuldades, mas quando mamãe separou de papai e casou-se novamente, agora com o sobrinho do prefeito, nossa situação melhorou. Foi nessa fase que vovó Dolores começou a ver essas novelas com grande carga dramática, mocinhas bobas e humildes em busca de uma paixão sem precedentes, vilãs de alto nível, brigas e tapas que chegavam a mexer a tela, um verdadeiro ringue de boxe envolto em mel. Saudades daquela época. O mais interessante é que nunca me passou pela cabeça que depois de anos eu faria parte da banca de escolha destas tramas. E olha já aconteceu cada “arranca rabo”.
Conclui o ensino fundamental e médio com muito esforço. Com o término, ingressei em cursinhos e depois de longos dois anos consegui uma vaga no curso tão almejado. Sai do interior rumo à cidade grande. Chegando lá, para manter-me, voltei a trabalhar e fiquei cerca de um ano lavando pratos, até conseguir um estágio no SBT. Comecei por baixo, até chegar aos cargos de chefia (como consegui tal feito?). Desculpem, mas isso não conto nem ao espelho (risos).
Minha função era no setor de reprises, ou melhor, o “Mofo TV”. No começo eu odiava, tinha que procurar as fitas das atrações, tirar o pó e colocar para rodar, muitas vezes não pegava. Chaves e Chapolin nem saiam do aparelho, ao contrário, faziam hora extra. Essa vida me inebriava, dormia que nem pai de santo, chegava a babar. Mas o que parecia um sonho tornou-se um pesadelo. Em uma viagem aos Estados Unidos, Silvio conheceu alguns sócios da Televisa. Descontentes pela quebra do vínculo do SBT com a mesma, resolveram reatar o contrato e as amadas novelas mexicanas voltaram com tudo. A mordomia tinha acabado.
A rádio corredor começou a funcionar. As ordens do poderoso chefão tinham que entrar em vigor o mais rápido possível, revirei as fitas e encontrei lá no fundo Ambição, a novela da vilã do olho de capitão gancho, estava muito velha, sem condições. Mexi mais um pouco, deparei-me com Simplesmente Maria, coberta por uma camada de poeira tão grande que parecia veludo. A imagem até que estava razoavelmente boa, mas a dublagem parecia uma hiena dando cria. Descartei. Passei para as fitas mais acima, encontrei o céu, as novelas preferidas do patrão estavam ali, meu emprego estava a salvo. Meu mini ataque cardíaco cessou. Precisava de uma opinião, então liguei para vovó Dolores:
– Vó?
– Arô? Quem tá falando?
– Sou eu vó, o Benê.
– Benê? É você fio? Num tem como armenta o som?
– Oh vó, liga o aparelho da surdez.
– Fala mais arto fio!
– (Gritei) Vó, me tira uma dúvida, qual novela mexicana a senhora gosta mais?
– Novela? É isso fio?
– (Gritei) Sim!
– Gosto daquela das gemia, na qual uma é safada e a outra é santa. Tem aquela também com a garota do cabelo de arapuá, uma que ela faz três novelas quase iguais, mas o bichinho insiste em ficar no cabelo dela. Mas fi, se tá ai ainda?
– (Gritei) Tô sim vó, pode falar.
– Ponha aquela da mocinha de Rebelde, uma que deu a luz sem tirar a calça jeans. Minhas amigas do forró gostam dela, ajuda nóis.
– (Gritei) Claro, vó! E obrigado pelas dicas, vou fazer o possível. Beijos. Inté!
Com as dicas valiosas da vovó, colocamos no ar as novelas… A Usurpadora, depois Maria do Bairro, Maria Mercedes e Marimar. Refizemos esse ciclo três vezes, para só então entrar no ar o sucesso Cuidado com o Anjo. O evento foi tão benéfico que programamos a inédita Meu Pecado. E se não ter certo? As gêmeas estão prontas para voltar. Entretanto, ainda resta a seguinte dúvida: o público gosta dos dramalhões mexicanos? Eu tenho certeza que sim.
Colaboradores:
Arte: @Andre_Liberal
Revisão de texto: @willmelomorais
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Até quarta que vem! #Partiu

