Coluna: Se eu fosse o diretor…. Mudaria o “Pânico na Band”

Encaminhada ao Diretor do “Pânico na Band”, Alan Rapp.
Introdução antes da consultoria para o Diretor:
Baseado em um programa de sucesso da Rádio Jovem Pan chamado “Pânico”, o Programa “Pânico na TV” estreou na Rede TV no ano de 2003 como uma alternativa a guerra de ibope aos domingos, entre os apresentadores Fausto Silva (que apresentava o “Domingão do Faustão”, na Rede Globo) e o apresentador Gugu Liberato (que apresentava o “Domingo Legal”, no SBT). No começo, o programa dava entre 1 a 2 de média, o que era considerado uma péssima audiência até para os padrões da Rede TV (que era a quinta maior emissora do país e ficava atrás da Band nas médias diárias). Entretanto, a espontaneidade do elenco e uma migração de audiência que teve do público do “Gugu” para o público do “Pânico” fez com que o programa passasse a figurar entre os principais do domingo, com uma boa repercussão. Era uma atração que fazia sucesso e ao mesmo tempo não tinha grandes custos para a emissora, já que o investimento inicial que a Rede TV fazia no programa era mínimo.
Celebridades saiam do famoso pedestal em que se encontravam e passavam a ser motivo de chacota pelos integrantes do “Pânico”. Antes a celebridade achava que a imprensa era a que precisava dos famosos, mas o “Pânico” mostrou o contrário: sem a imprensa os famosos não têm repercussão, exposição e acabam tendo sua visibilidade reduzida. Várias celebridades já ficaram muito irritadas com as investidas do “Pânico”, entre eles Victor Fasano, Carolina Dieckmann, Maradona, Luana Piovani e entre outros. Os que não conversavam com o programa eram premiados com as “Sandálias da Humildade” e, se ainda assim calçassem “as sandálias”, também continuavam a ser alvos das piadas do “Pânico”.
Além disso, o programa era mestre em lançar bordões e dancinhas que “pegavam” e chegavam até a ser citados em outras emissoras, como a Rede Globo. São exemplos a “Dança do Siri”, os bordões “Ronaldo”, “Antônio Nunes” e entre outros.
Entretanto, após muitos anos de sucesso televisivo, o programa acabou tendo uma decaída criativa, que aumentava ao mesmo tempo em que o programa passava a ter cada vez mais investimentos por parte da Rede TV.
Após uma crise financeira na emissora, que culminou no não pagamento de salários, o elenco do “Pânico” decidiu sair da Rede TV e migrar para a Rede Bandeirantes com a intenção de apresentar um programa no mesmo horário e ainda aos domingos, chamado “Pânico na Band”.
Na nova emissora, o grupo passa a ter ainda mais investimentos para a realização do programa e salários maiores. Entretanto, a atração passou a não ter mais a criatividade que tinha antes. Assim os altos índices que tinham no começo (que iam de 8 a 11 pontos de média) caíram (5 a 6 pontos de média), chegando até a ser ameaçada em vários momentos por programas da antiga emissora em que trabalhavam (a Rede TV), como o de pegadinhas “Te Peguei na TV” e o “Teste de Fidelidade”, ambos apresentados pelo João Kléber. Além disso, a saída da Sabrina Sato da Band (indo para a Record) pode significar uma perda de público, já que ela era popular no “Pânico”.
Por isso, no “Se eu Fosse o Diretor de Hoje”, eu irei aconselhar o diretor Alan Rapp e tentarei dizer a ele como o “Pânico” pode voltar a ser o sucesso de antes.
As críticas atuais que eu faço ao “Pânico” não significam que eu odeio eles. Pelo contrário, assistia ao programa toda semana, mas já faz 4 anos prefiro ver o “Fantástico” ou o “Silvio Santos”. Mas ouço “Pânico” na Rádio Jovem Pan todos os dias e acho que a irreverência deles na rádio deve voltar para a TV. Até darei dicas de como podem remodelar o formato.
INVISTAM MAIS EM EXTERNAS
Assim que mudaram de emissora, percebi que o programa passou a ter um número muito maior de esquetes feitas em estúdio. Entretanto, a alma da atração continua sendo a interação com público e celebridades, por isso invistam muito mais em matérias na rua, internacionais, de artistas etc.
PERCO O AMIGO MAS NÃO PERCO A PIADA, E NÃO O CONTRÁRIO
O “Pânico”, que era um programa que “zuava” muito as celebridades e tirava elas do sério, fazendo até com que algumas chegassem a bater nos repórteres, virou uma atração que faz brincadeirinhas com os artistas e não está “zuando” como antes.
Parece que muitos integrantes do “Pânico” fizeram colegas entre os artistas. Aí muitas vezes pode “pegar mal” “zuar pesado” com o amigo. Quem perde é o telespectador.
Por isso o melhor é colocar humoristas mais novatos, que não têm amigos da “high society”, como os principais do “Pânico”. Assim conseguirão fazer piada das celebridades sem medo de perder alguma amizade.

RECONTRATEM A ROSANA HERMANN
Uma das que integravam o “Pânico” desde os primórdios na Rádio Jovem Pan, Rosana Hermann é redatora, apresentadora e atualmente é a Diretora de Criação do Site R7 (portal da Rede Record). A Rosana foi responsável por várias sacadas que fizeram o “Pânico” repercurtir muito na imprensa, como a suposta demissão da Sabrina Sato e o lançamento de uma música em que ela falava do desemprego dela, que chegou a tocar no “Domingo Legal”.
Além disso, ela sabe escrever e produzir conteúdo para programas de humor e auditório, pois fez parte do grupo de redatores do “Sai de Baixo” e “Viva a Noite”, do “Domingão do Faustão”, entre outros.
Uma pessoa competente como a Rosana merece voltar, pois a coisa mais importante em um programa de humor é a criatividade e um bom roteiro, isso ela pode trazer de volta para o humorístico.

FAÇAM JUS AO DINHEIRO QUE A BAND COLOCA EM VOCÊS
O “Pânico” tem um bom investimento para realizar vários quadros engraçados e inovadores. Mas ainda continuam nas atrações de “quem ri se ferra” e entre outras que “doem”.
O dinheiro deve ser usado para viagens internacionais, com curiosidades engraçadas do mundo e com o elenco zuando os estrangeiros.
DIMINUAM OS QUADROS “MADE IN BOLINHA”
Os quadros feitos pelo Bolinha entraram em desgaste e devem ter a sua importância reduzida. Ele é um dos diretores de externas do “Pânico”, é responsável pelos quadros que envolvem danos, machucados e humilhações no próprio elenco do programa, ao estilo “Jackass”.
Mesmo que essas atrações sejam uma das marcas do “Pânico”, elas passaram a ser mais importantes que identidade primordial do programa, que é a interação e zuação com os artistas e celebridades e a cobertura do mundo televisivo, chegando até a ser uma crítica a própria televisão brasileira e mundial.
Além disso, os quadros do Bolinha podem dar a impressão que são atrações só para encherem as 3 horas de programa.

TER 3 HORAS DE PROGRAMA NÃO É DESCULPA PARA O “PÂNICO” NÃO POSSUIR TANTO CONTEÚDO
O Emílio Surita já disse várias vezes para os críticos: o “Pânico” é o único programa de humor de 3 horas de duração, é impossível que agrade totalmente aos críticos.
Mas então por que o “Pânico” tem um programa de rádio diário de duas horas com vários momentos engraçados e que não cansam. Talvez porque a informalidade de um programa de rádio pode fazer com que ele durasse até umas 5 horas, sem que o público ficasse cansado. A solução seria tentar “transferir” a forma de se apresentar no rádio para a TV.
EMÍLIO SURITA, SEJA TÃO ENGRAÇADO COMO VOCÊ É NA RÁDIO, SÓ QUE NA TV
Quem assiste o “Pânico” na Jovem Pan sabe que um dos mais engraçados do programa é, ironicamente, o Emílio Surita, que é o apresentador do “Pânico na Band” e que mal faz piadas durante o mesmo ou, muitas vezes, nem satiriza de forma forte os integrantes, como faz no rádio.
Por isso, faça mais piadas Emílio Surita, improvise mais, finja que você está no rádio e não na televisão e deixe tudo fluir.

TENHAM UM NÚMERO MAIOR DE PANIQUETES
Ano passado o “Pânico” só tinha de uma a duas paniquetes e isso podia fazer com que o programa perdesse apelo masculino. Por isso, coloquem de cinco a sete paniquetes para impressionar os homens, que devem ser a principal fonte de audiência da atração.

FAÇAM UMA MUDANÇA GERAL NO PROGRAMA
Para o programa durar mais 10 anos, acaba sendo necessário que ele tenha um novo formato, que agregue as características iniciais da atração, mas com novas ideias, que melhorem o “Pânico”.
Eu sugiro que o programa tenha como cenário um cabaré, com um palco italiano e a plateia disposta atrás dele. A atração teria as dançarinas no palco, realizando apresentações e números de pole dance e também burlescos comportados. Os integrantes estariam tanto se apresentando em esquetes no palco, como também em matérias e gravações. Haverá uma mesa de jurados, que lembra o “Show de Calouros”. E tudo coordenado pelo Emílio Surita. A banda tocaria mais e teria um quadro satirizando o novo “Fantástico”, chamado “Sarcástico”.

Assim termina o “Se Eu Fosse o Diretor” desta semana. Na próxima eu falo sobre o que achei do novo “Fantástico” e o que devem mudar caso o novo formato dê errado.
Minhas redes sociais:
@matheus_valadao (Twitter)
@laurofontana (Twitter de um personagem que criei e que posso utilizar posteriormente aqui)
www.comediacentral.blogspot.com (Blog de humor independente criado por mim, não posto muito lá, mas misteriosamente sempre tenho bons acessos nesse site)
matheus@bastidoresdatv.com.br (Meu e-mail no “Bastidores da TV”)
Mvlopes95@gmail.com (Meu e-mail no Gmail)