Coluna: Se eu fosse o diretor… Mudaria o Programa Raul Gil

Encaminhada ao diretor e também filho do Raul Gil, chamado Raul Gil Jr.

Após 5 anos na Bandeirantes, o Programa Raul Gil volta a ser exibido no SBT. A saída teve relação com a volta dos campeonatos esportivos na Bandeirantes, que passaram a ser exibidos nas tardes de sábado.

No SBT, o Raul Gil aproveitou o bom ibope que já tinha no horário com o Sábado Cine e conseguiu vice-lideranças constantes, conseguindo ultrapassar dois dígitos na média geral da atração, mesmo tendo 5h de duração (na época). Além disso, o Programa Raul Gil consegue ser o queridinho dos anunciantes, tendo um excelente lucro para a emissora e  o apresentador, já que os dois dividem os custos e dividendos da atração.

Entretanto, os tempos são outros. O programa perdeu audiência com o passar dos anos, indo de segundo lugar para terceiro, perdendo para os “filmes repetidos, repetidos, repetidos” da Record e o Pica Pau. Além disso, o programa passa por uma crise de criatividade, já que há muito tempo apresenta os mesmos quadros.

Por isso, a nossa consultoria de hoje irá dar dicas para a produção do “tio Raul”.  A intenção é que ele volte para a vice-liderança e, se bobear, que novamente incomode a Globo, já que o Luciano Huck pretende acabar com o assistencialismo no programa, perdendo, assim, o caráter popular da atração.

EXCESSO DE QUADROS MUSICAIS

Sabemos que o Programa Raul Gil tem como carro-chefe os quadros musicais e de calouros, mas infelizmente eles passam por um processo de desgaste no Brasil. Entretanto, o Raul Gil Jr. e o Raul Gil podem falar: – Mas o The Voice dá mais de 28 pontos na Globo, isso é a prova de que um programa musical não está desgastado na televisão brasileira. Todavia, devemos salientar que o The Voice recebe audiência da novela das nove, que entrega pelo menos uns 30 pontos para a atração seguinte.  Além disso, o programa é um formato ainda novo e que é bem produzido no Brasil (mesmo que a produção brasileira seja um “dalit” perto da versão americana).

Mas, voltando ao assunto: como o carro-chefe do Programa Raul Gil é a música, então, não podemos deixa-la de fora. Mesmo assim, a importância desse tipo de quadro no programa deve diminuir e outros devem ser criados. Coloquem só um quadro de calouros musicais por semana.

CENÁRIO NOVO

Não entendo um programa, que passa a tarde, ter o cenário mais escuro das atrações de sábado. Até o ambiente do Altas Horas é mais claro que o do Raul Gil. Mesmo que o cenário super escuro não prejudique o ibope do programa, a imagem dele pode cansar a vista do telespectador.

Por isso, a solução seria um cenário mais “clean”, com um azul bebê (nada de azul escuro e verde escuro) e que possa misturar tanto o visual do ambiente antigo do Raul Gil, na Bandeirantes, com o cenário do programa do Gilberto Barros, chamado Sábado Total.

SUGESTÃO DE QUADRO: ESTEIRA MUSICAL

Formato musical novo, em que inúmeros cantores iriam se apresentar e cantar em cima de uma esteira gigante. Nela ficariam todas as atrações musicais do dia. Nesse formato, os cantores iriam se revezar na cantoria, assim, mais de 8 pessoas diferentes poderiam cantar uma única música. E, além disso, teriam os jurados que iriam avaliar a “performace” dos artistas do dia. Mas o diferencial também está no fato de que os cantores teriam que responder perguntas de conhecimentos gerais para acumular pontos, que podem fazer a diferença para que não sejam eliminados na etapa. Assim, o canto e o conhecimento seriam julgados na competição mais rápida e ágil do Brasil: A “ESTEIRA MUSICAL”.

VOLTEM COM O QUADRO “NA BOCA DO FORNO, NA BOCA DO POVO’’

Esse quadro era legal. Nele, vários cantores e artistas de gosto duvidoso (muito duvidoso, por sinal) cantavam. O público gritava e aplaudia. Mas os jurados “destruíam” as músicas e os deixavam com uma cara de “sou uma bos…”. Disso consistia esse quadro. Era legal ver os jurados “metendo pau” em músicas ruins, que infelizmente estão tomando conta das rádios, das televisões e das mentes dos brasileiros. Além disso, era ver engraçado o Marquito vestido de Pizzaiolo e jogando os CD’s em um forno cenográfico, que soltava fumaça. Melhor que isso, só quebrando o CD daquelas bandinhas, como o Flávio Cavalcante fazia.

VOLTEM COM OS QUADROS DE HOMENAGEM

Esses quadros sempre deram ibope ao Raul Gil: homenagem ao artista, homenagem ao compositor e homenagem ao interprete. Diversos artistas foram homenageados no Raul Gil e a audiência respondeu positivamente.

Depois de anos sem esse quadro, aparece o Eduardo Costa o fazendo no Raul Gil. E nessa mesma semana descolam a vice-liderança na média geral. Esse é o estímulo para novas homenagens. Mas nada de homenagear o “Lepo Lepo”, o “Tche Tche Rê Rê” e sim Ivan Lins, Moacyr Franco, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Seu Jorge, Ana Carolina, entre outros.

MODERNIZEM O PROGRAMA

O Programa Raul Gil tem que se modernizar e adaptar a sua linguagem para os novos públicos, sem deixar de lado aspectos tradicionais do programa. O Silvio Santos conseguiu conquistar o público jovial com as pegadinhas de terror (roubando muito público do Pânico na Band). O Ratinho também (esvaziando o ibope das novelas da Record), com a criação de novos quadros, como o Dez ou Mil, o Voltando pra Casa, o Dois Dedos de Prosa, entre outros.

Uma maneira de modernizar seria fazer o quadro Máquina da Verdade, em que artistas ou pessoas comuns devem falar a verdade sobre diversos assuntos. Assim, o programa passa a repercutir mais e a ter alguma coisa diferente.

Assim termina o Se eu Fosse o Diretor dessa semana. Na próxima, falarei sobre o que devem fazer para melhorarem o Bom Dia e Companhia.

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