Coluna: Se o povo quer rir no horário das sete, a Globo fará isso

Coluna: Se o povo quer rir no horário das sete, a Globo fará isso

AutorEm primeiro lugar eu quero pedir desculpas aos meus leitores pelo fato de ter prometido a eles uma coluna comparando o SBT e a Record, dizendo qual realmente tem condições de conquistar a vice-liderança em caráter definitivo. Mas é um assunto já repetido e que não vale a pena comentar algo que todos os nossos concorrentes na internet comentam.

Por isso resolvi colocar a minha criatividade em cena e vou falar sobre as próximas novelas das 7, que voltarão a ter a característica cômica que possuíam e que são a marca do horário; e havia sido deixada de lado após a novela “Além do Horizonte”, que virou o maior fracasso da Rede Globo no horário das sete, com 20 pontos de média geral (enquanto “Cheias de Charme” fez 30 pontos, “Guerra dos Sexos” 22 pontos e “Sangue Bom” 25 pontos).

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Novelas das sete que fizeram sucesso pelo seu humor

O que tornou “Além do Horizonte” um fracasso foi o não predomínio de humor na trama, pois era um folhetim com mais mistério, ação, aventura e com um foco jovem, mesmo que tivesse toda a capacidade de ser uma novela cômica, se fosse situada totalmente na Vila de Tapiré e fosse uma comédia encenada na Amazônia, pois haviam excelentes atores cômicos na trama, como a Juliana Paiva, o ator mirim JP Rufino e a Luciana Paes. Mas não teve predomínio de humor.

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Logo da novela “Além do Horizonte”

Após “Além do Horizonte” estão as novelas “Geração Brasil” (já está sendo exibida e é dos autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira), “Buu” (de Daniel Ortiz e Silvio de Abreu, com sinopse de Andrea Maltarolli), “Lady Marizete” (de Alcides Nogueira e Mário Teixeira) e “Oito ou Oitenta”. Em sua maioria, são feitos por autores jovens (como Daniel Ortiz, Filipe Miguez e a Izabel de Oliveira) ou que não têm o costume de escrever no horário das sete, como o Alcides Nogueira e o Marcelo Saback, mas todos têm a habilidade de produzir novelas cômicas.

“Geração Brasil” começou a uma semana e está sendo muito bem elogiada pela comédia, história e forma em que a trama lida com a tecnologia. Os índices de audiência dela ainda não são satisfatórios, mas considerando que “Além do Horizonte” trouxe um legado nada animador para a audiência das novelas da 7, acaba sendo normal que o começo do folhetim seguinte seja com uma audiência baixa. Mas com certeza “Geração Brasil” terá um ibope de média geral maior do que a anterior (que teve 20 pontos de média) e entregará em alta para o próximo folhetim. Além disso, os autores de “Geração” são os mesmos que fizeram “Cheias de Charme” (a última que cumpriu a meta de 30 pontos de ibope) e os diretores que estão em “Geração Brasil” são os mesmos que fizeram o sucesso anterior dessa dupla de autores.

Logo da novela “Geração Brasil”
Logo da novela “Geração Brasil”

Depois disso, entrará o folhetim “Buuu” (título não oficial, pois ainda não há uma confirmação se o título será “Buuu”, “Assombrações”, “As Quatro Estações” ou “Muuu”). Mesmo sendo 4 nomes ruins, prefiro “Buu”, pois tem mais cara para novela das 7. Essa atração irá falar de um médico que pode ver fantasmas e sobre várias pessoas que têm poderes mediúnicos. É uma história diferente, que pode dar certo ou não, mas terá um elenco com capacidade de “dar humor”, se o texto for bom. Os atores são Cláudia Raia, JP Rufino (que fez sucesso em “Além do Horizonte”), Elizabeth Savalla, Edson Celulari, Juliana Paiva (protagonista de “Além do Horizonte”, mas que teve como papel de destaque a personagem cômica Fatinha, de “Malhação”), Maitê Proença, Ary Fontoura, Rodrigo Lombardi, Totia Meirelles e a grande estreia da atriz Mônica Iozzi (antiga repórter do CQC) nas novelas. Mesmo que “Buu” seja feita pelo mesmo grupo que fez a nova versão de “Guerra dos Sexos” (Daniel Ortiz, Silvio de Abreu e o diretor Jorge Fernando), não significa que será ruim de audiência, pois “Guerra dos Sexos” não foi bem, porque falava muito do machismo e sobre as mulheres ocupando cada vez mais o mercado de trabalho, é algo que já não causa tanto interesse como na antiga versão, feita nos anos 80. Entretanto, esse trio têm habilidade para produzir mais uma novela das sete de sucesso.

Elenco da novela “Buu”, de Daniel Ortiz e Silvio de Abreu
Elenco da novela “Buu”, de Daniel Ortiz e Silvio de Abreu

Após “Buu” entrará “Lady Marizete”. Essa nova novela se passará na favela do Paraisópolis (uma das maiores comunidades verticais alternativas da cidade de São Paulo) e contará a história de uma moradora do lugar, que luta Krav Maga e ajuda a proteger as crianças contra o tráfico e a violência que residem nesse espaço. A moça é culta, sabe diversas línguas, mas mesmo com condições para sair do local de origem ela não o faz e viverá uma história de amor. Essa é a “Lady Marizete”, eu presumo. A história tem um caráter popular e será engraçada. E foi por isso que a Rede Globo mudou o horário dessa novela, que originalmente seria exibida no horário das 6 para o horário das 7. Alcides Nogueira e Mário Teixeira fizeram uma excelente parceria em “Ciranda de Pedra” e repetirão nessa atração. Os dois têm um bom timing cômico que pode ser comprovado em inúmeros núcleos engraçados que não existiam na novela “Ciranda de Pedra”. Esses núcleos foram elogiados pela criadora da história original, que é a escritora Lygia Fagundes Telles, como os núcleos cômicos da “Vila Mariana”, que eram os da personagem Elzinha (Biscoito Fino), do cabelereiro Seu Memé e o núcleo de uma pensão que existia no bairro. Esses núcleos cômicos que não existiam contrastavam com a história principal, que era muito forte e precisava de elementos leves para equilibrar a novela. Com a direção geral de Carlos Araújo e direção de núcleo do Wolf Maya, há a expectativa de um bom trabalho por parte desses diretores, principalmente do Wolf. Não há um elenco definido pelo fato da Globo ter proibido reservas de elenco antes de um certo período, mas por enquanto a única atriz confirmada é a Tatá Werneck, que fez sucesso com a personagem Valdirene, em “Amor à Vida”. Ela fará o papel principal : a Lady Marizete. Uma sugestão para o par romântico dela seria escalar novamente o ator Anderson de Rizzi (que fez o Carlito, o grande amor de Valdirene, em “Amor à Vida”).

Tatá Werneck, a protagonista de “Lady Marizete”
Tatá Werneck, a protagonista de “Lady Marizete”

Depois da novela sobre o Paraisópolis, terá “Oito ou Oitenta”, de Marcelo Saback. Até o fechamento desta coluna o Bastidores da TV não conseguiu informações sobre a história ou tema principal desse folhetim. Pela expressão, que pode ser entendida como “tudo ou nada”, a novela poderá falar sobre alguma situação que gere um extremo sucesso ou extremo fracasso. O elenco não foi nem ao menos imaginado. Mas a direção já está definida, pois serão dos diretores Fabrício Mamberti (Direção Geral) e de Jayme Monjardim (Direção Geral e Direção de Núcleo). O Monjardim é um diretor que, embora tenha muita fama dirigindo novelas épicas, novelões e minisséries, como “Maysa” e “O Tempo e o Vento”, ele também sabe produzir produtos de comédia, pois fez direção de núcleo dos programas “A Turma do Didi”, “Aventuras do Didi” e os especiais que o Didi produz na Rede Globo. Mas por enquanto, sem uma definição da sinopse, não dá para especular se será um sucesso estrondoso (80) ou um fracasso apocalíptico (8). Mas deverá ser um sucesso sim, pois a sinopse da comédia “8 ou 80” foi muito bem elogiada pela direção da Globo.

O autor de “Oito ou Oitenta”, Marcelo Saback, e o Diretor de Núcleo da novela, Jayme Monjardim
O autor de “Oito ou Oitenta”, Marcelo Saback, e o Diretor de Núcleo da novela, Jayme Monjardim

Dessas novelas que foram citadas eu aposto no sucesso de “Lady Marizete”, que será uma novela voltada ao povo, retratando a favela em sua essência e terá o toque característico de Alcides Nogueira na comédia. E com a direção do Wolf Maya, a chance da atração ser bem produzida é maior.

Mas o melhor é não criar expectativas. O sucesso destas obras dramaturgicas só será constatado quando entrarem no ar.

Além disso, dizem que o Walther Negrão (autor que criou os sucessos “Era uma Vez”, “Flor do Caribe” e entre outros) ganhará uma novela das 7, mas o martelo ainda não foi batido sobre esta decisão, então não estamos citando a próxima novela dele.

Sem mais, semana que vem minha coluna irá falar sobre a função de um diretor de núcleo e qual a sua diferença para os diretores gerais de um programa ou de uma novela.

 

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