Coluna: Rezende e Percival, a verdadeira dupla dinâmica da TV

Coluna: Rezende e Percival, a verdadeira dupla dinâmica da TV

Não é bem assim que aconteceu...

Antes de começar esta coluna, quero esclarecer alguns parâmetros: primeiro, os dois textos passados sobre o apresentador Danilo Gentili foram sugestões de leitores desta coluna, e não textos para vangloriar o apresentador citado. E, segundo, agradeço aos acessos de ambas as colunas, foram muito satisfatórios. #TamoJunto.

Prosseguindo, como disse o leitor Kennedy (registrei a frase em cartório, marca autenticada… risos), “Quarta-feira é dia de futebol e das estórias do Benê, compromisso marcado!”. Conversando com o Benevides hoje, ele resolveu contar-lhes sobre a amizade entre Marcelo Rezende e Percival. Let’s go!

Não conseguiu acessar o texto da coluna passada? Não se preocupe, eu lhe perdoo. Mas desde que você o acesse, clicando AQUI.

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Direitos de imagem (@Andre_Liberal )

Lembrando que as notícias postadas nesta coluna não condizem 100% com a realidade. Mas, por conta disso, não emburre. Desfaça este semblante carrancudo e abra o sorriso lindo que você tem. Venha se divertir comigo. Sigam-me os bons!

Não é segredo para ninguém que comecei minha carreira no SBT, após uma breve passagem por lá, onde lavei pratos, encerei piso e desentupi privada. Prossegui com meu sonho: ser um Ombusman da TV Brasileira. Resultado? Fui parar na RedeTV.

Se a memória não me falha, foi no começo dos anos 2000, mais precisamente 2001/2002, a emissora ainda era pouco conhecida, embora muito bem aceitada comercialmente. Grandes apresentadores estavam presentes no seu casting. E eu, com a maior simplicidade de garoto do interior de Minas, cheguei e entreguei meu currículo para a chefe de departamento, esperando que ela me recebesse. Ela simplesmente me olhou de cima em baixo: calça surrada, camiseta mal passada, all star arruinado, mas um sorriso largo no rosto. Foi o que bastou para que a vaga fosse preenchida, não por mim, mas pelo outro candidato, a Pâmela, uma travesti da zona sul.

Pensei que tudo estava perdido, desolado, embriaguei-me, cheguei a pensar em aceitar uma vaga na CNT de manobrista ou cinegrafista, afinal ia dar na mesma. Mas fui forte, aguentei firme. Tomei três doses de uísque com calmante e apaguei por dois dias. Acordei com o celular tocando desesperadamente. Dei um salto mortal da cama e atendi o telefone:

– Boa tarde? Gostaria de falar com o Sr. Benevides Tibúrcio da Conceição e Silva?

– (Voz embargada e sonolenta) Oooiii, bom dia. É ele mesmo.

– Sr. Benevides, em decorrência de um acidente… A senhorita Pâmela, com a qual o cavalheiro disputou uma vaga, não poderá assumir o cargo, portanto gostaríamos de saber se aceita a proposta de vir trabalhar com a gente.

– Claro que aceito.

– Pois bem, venha até a emissora ainda hoje para aceitarmos algumas prévias e documentos.

– Só se for agora.

Corri, pois o tempo não estava a meu favor. Tomei banho, escovei os dentes, troquei de roupa e, antes mesmo que pudesse pensar em desistir, já estava na porta da emissora. Tive uma reunião do coorporativo para saber mais sobre as regras da empresa, comi um lanche no coffe break e fui apresentado aos colegas da nova casa. Minha função era ser contra-regra do programa Repórter Cidadão, do recém contratado Marcelo Rezende.

Confesso que no começo foi difícil adaptar-me. Era um corta pra mim de lá, um corta pra mim de cá. Eu não sabia ao certo o que era para cortar, se era o salame, o fio da extensão da câmera, a linha que estava saliente sobre o terno do Rezende. Até que, um certo dia, ele chegou até mim e disse:

– (Voz manhosa) Benevides, né?

– Sim, senhor.

– (Voz manhosa) Pois bem, Benevides, vou lhe chamar de Benê, soa melhor. Você sabe onde estão seus familiares neste momento?

– Não e sim, na realidade eu acredito que estejam em Consolação, Minas Gerais. Meu pai separando o gado e minha mãe preparando um queijim.

– (Voz manhosa) Tem certeza, Benê? Conta bancária, nº…

– Tô começando a ficar assustado. Para com isso.

– (Voz manhosa) Esse aqui passou no teste Cleidim, pode colocar ele para procurar o comentarista. Tem medo, mas não tem vergonha, podemos leva-lo na rédea curta.

Por mais que eu fosse o mais recém-contratado, confiaram a mim a tarefa de encontrar um comentarista para dividir o palco com o Rezende. Ele era um bom apresentador, bom pai, excelente profissional. Sua cara de bravo deixava qualquer um maluco, mas cão que ladra não morde, não é? Rezende é gente fina!

Foi desgastante minha busca, contatei vários jornalistas:

  • Paulo Henrique Amorim não aceitou, apenas disse: “Boa noite e boa sorte!”.
  • Britto Júnior, em demagogia e com classe, apenas falou: “Meu negócio é as tardes da TV brasileira, eu vim para revolucionar”.
  • Celso Russomanno até que ficou balançado, mas aos 45 minutos do segundo tempo desistiu. Resolveu patrulhar o consumidor.

 

A situação estava preta, meu emprego por um fio. Liguei a TV para tentar distrair a cabeça e pensar em uma solução. E eis que vejo minha solução. O nome dele? Percival de Souza, comentarista com um jeito irreverente de apresentar e discutir os problemas da população, e melhor, conhecedor de causa, advogado com carteirinha na OAB.

Fechar contrato com ele não foi tarefa difícil, ele era super fã do Rezende, na ligação soltou até algumas de suas pérolas: “Corta pra mim”, “Põe exclusivo, meu filho, porque dá trabalho fazer”, “Eu passo a régua”. De início seriam apenas seis meses, mas que se transformaram em anos. Passagens pela Record e Band não os abalaram. E eles estão até hoje na TV. Etâ dupla dinâmica!

Colaboradores:

Arte: @Andre_Liberal 

Revisão de texto: @willmelomorais

 

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Até quarta que vem! #Partiu

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