Coluna: “Tá no Ar” – O que é isso, companheiro?

Confesso que na quinta-feira tive uma das maiores surpresas com a Globo. Eu, que já tinha ficado feliz com a liberdade que a Tata Werneck possuía nos programas da casa, com direito à piada entre ela e o rei Roberto Carlos, surpreendi-me mais ainda com Marcelo Adnet, fazendo um rap vestido de Jesus Cristo. Você já parou para pensar no que é a Rede Globo permitir uma piada envolvendo religião, tão explicitamente?

Pois é, reunindo um time de comediantes, entre alguns figurões do humor e outros um pouco mais discretos na mídia, o “Tá no Ar” chegou de voadora na concorrência, nos moralistas e principalmente na própria Globo. Confesso que fiquei apreensivo pelo setor jurídico da emissora, que deve não ter dormido aquele dia, mas, como comediante, sinto-me tão feliz em ver uma obra dessa indo ao ar…

Há muito tempo que o humor vem apanhando dos artistas, dos moralistas e chatos de plantão. Briga essa que acaba afetando a própria emissora, obrigando o comediante a se censurar ou diminuir o tom da piada. Mas agora eles chegaram para romper essa barreira, mostrar que tudo pode ser sim apenas uma piada. Uma piada com os grandes, com os pequenos, com eles mesmo. Seja com um humor inocente, banal, ou mais inteligente, o “Tá no Ar” decolou.

Agora a ansiedade é maior. A cada quinta-feira vamos querer mais, estaremos mais exigentes e gostaríamos saber até onde o programa pode ir. Quem vai parar esses caras? A Globo? Outra emissora? Feliz seríamos se todos fossem mais como o Ricardo Macchi, que entrou na brincadeira e na estreia já se permitiu ser zoado pelo programa. Precisamos talvez de mais “Ricardos Macchi”, não em novelas, que fique claro! E você? O que achou do programa? Comente aí!