Em entrevista exclusiva, diretora do Viva revela novidades que celebram os 10 anos do canal

Em entrevista exclusiva, diretora do Viva revela novidades que celebram os 10 anos do canal
Foto: Elisa Mendes

A mão que balança o berço do Canal Viva desde meados de 2017 é Daniela Mignani, também diretora do GNT e +Globosat. Em sua gestão, diversas mudanças aconteceram. Algumas celebradas pelo público fiel do canal, outras nem tanto. O fato é que o Viva comemora, em maio deste ano, uma década de existência com um saldo positivo de audiência, sempre se mantendo entre os mais assistidos da TV por assinatura.

Mas o que o público pode esperar do canal nos próximos anos? Para responder a esta e outras perguntas, convidamos para uma conversa Daniela Mignani.
O bate-papo descontraído, entre outras coisas, traz um pouco dos bastidores do Viva, responde como é feita a escolha dos títulos, o porquê de algumas novelas terem suas reprises canceladas, quais atrações o canal reserva para celebrar seus dez anos, e muito mais. Confira.

 Imagem da equipe que faz o Viva acontecer. Foto gentilmente cedida pelo canal.

 

Daniela, agora em fevereiro de 2020, você completa três anos à frente do Viva, que balanço você faz desse período no comando do canal?

Foi um período de aproximação com a TV Globo que beneficiou a gestão do canal. Uma maior compreensão de parte a parte dos objetivos e papel do Viva que possibilita fazermos a curadoria do conteúdo e a programação olhando apenas os interesses dos nossos assinantes e fãs. E foi interessante enfrentar em 2018 uma grande queda de audiência e em 2019, a melhor performance do viva em sua história. Se não estivéssemos unidos na mesma missão, não teríamos virado esse resultado.

 

O Viva está caminhando para o seu décimo ano, sempre se mantendo entre os canais “queridinhos” de quem acompanha a TV paga. Tem algum momento que você pode destacar como sendo o “ápice” do canal durante esse período?

Acho que a primeira coprodução nacional, o Sai de baixo que resgatou um grande sucesso da época, foi muito importante para mostrar como ressignificar grandes obras e abriu caminho para a Nova Escolinha com elenco e temas atuais.
A introdução da maratona de novela aos domingos no Viva foi importante para estreitarmos ainda mais a relação com os fãs.
Por Amor foi exibida duas vezes no Viva e demonstrou a força da história. Como na distância da primeira para a segunda exibição houve um grande aumento na base de TV por assinatura, encaramos a novela como “inédita” para a audiência. O público prestigiou e bateu o recorde das novelas até aquele momento.
E em 2019, fechar o ano em primeiro lugar na TV por assinatura no total do dia. Um trabalho de reestruturação da grade de programação e marca que começou em 2017.
E por fim, celebrar O Cravo e a Rosa, novela de melhor performance da história do canal.

 

Para celebrar os 10 anos de Viva, tramas como Mulheres Apaixonadas, O Clone e Brega & Chique foram incluídas no “pacote comemorativo”, curiosamente duas delas estão entre as que o público constantemente pede. A escolha veio desse “clamor” dos telespectadores do canal?

Sim. Fazemos uma análise combinatória de diversos fatores antes de decidirmos sobre o planejamento de exibição das novelas. um deles é o pedido do público e outro muito importante, direitos.

 

Daniela, ainda sobre esses pedidos do público, há um ranking com as reprises mais pedidas? Atualmente, tem algum “top five” de novelas mais requisitadas pelo público?

Das novelas mais antigas, as mais pedidas no momento são Brega & chique, Guerra dos sexos, Roda de fogo e Locomotivas. Entre os mais recentes temos Mulheres apaixonadas, Chocolate com pimenta e O beijo do vampiro.

 

Uma dúvida que sempre ronda os noveleiros de plantão: como é feita a escolha das reprises? Vocês têm uma frente de títulos selecionados ou em status de “em estudo para exibição”?

Sim, temos novelas planejadas até 2022. Buscamos alternância de autores, tramas e perfil das histórias para levarmos diversidade para o público. Além disso, consideramos os pedidos dos espectadores, efemérides como os 30 anos de Vale tudo, e o potencial de audiência dos títulos. Mas no fim do dia tem uma variável que se sobrepõe a qualquer desejo nosso: o conjunto de direitos da obra. Se houver alguma implicação, o título não vai para o ar.

 

Recentemente, Ti Ti Ti foi divulgada como uma das próximas reprises do canal, porém, assim como em outras ocasiões, houve uma substituição da novela antes definida. Como vocês têm lidado com a insatisfação do público que já esperava por uma trama já anunciada, mas deixada em “stand-by”?

O “stand by” na maior parte das vezes é pela liberação de direitos que pode demorar pouco ou muito tempo, ou nunca conseguirmos. Neste caso, nossa apuração quantitativa do que rolou nas redes foi positiva. Eles ficaram felizes com a alteração para “Brega e chique”. Ficamos surpresos, inclusive. A reação dos fãs é um fator que encaramos sempre com muita positividade pois demonstra a relação estreita e carinho com o canal e programas. E é curioso ver a movimentação deles em torno de novelas de épocas que sequer, muitos deles, tinham nascido. Isso reforça o posicionamento de um canal para a família brasileira e que une gerações.

 

Há um cuidado para que as novelas “em avaliação” para exibição no Canal Viva não se choquem com as escolhas do Vale a pena ver de novo, da Rede Globo?

Sim, o planejamento do Viva está sempre alinhado com o da TV Globo.

 

Roda de Fogo foi uma das novelas que teve a reprise deixada em “stand-by” no ano de 2018. Foi uma decisão para evitar a exibição durante o período de eleições presidenciais?

Não, foi uma questão de liberação de direitos. Ainda estamos tentando.

 

Em 2019, O Cravo e a Rosa (2000) se tornou a reprise mais vista da história do Viva, contrariando as expectativas de muitos telespectadores, que sempre pedem títulos mais antigos. Esse resultado foi uma surpresa para o canal?

Historicamente, novelas mais recentes performam melhor. Mas os resultados, de um modo geral, são sempre surpreendentes. Temos seus resultados objetivos de performance sempre olhando para o retrovisor e, portanto, temos que analisar se aquela trama ainda conecta com a sociedade 15, 20 anos depois. É sempre uma aposta. O Cravo e a Rosa teve uma audiência 25% acima da nossa segunda novela de maior audiência.

 

Muito se comemorou as ocasiões em que o Canal Viva realizou enquetes para a escolha da próxima reprise (em 2013, Água Viva venceu, já em 2014, Tropicaliente foi a mais votada), há previsão de alguma ação desse tipo no ano em que o canal completa uma década?

Sim, por enquanto estão previstas duas interações. Em março vamos abrir votação nas nossas redes para o público escolher quais programas de humor já exibidos pelo Viva desejam rever. Os 5 mais votados serão exibidos durante os domingos de maio (mês de aniversário do canal), em maratona. Além disso, vamos fazer uma batalha de aberturas inesquecíveis. As aberturas vencedoras serão exibidas no break do Viva, a partir de fevereiro.

 

As reprises do Viva são exibidas na íntegra e muitas vezes acabam sendo exibidas as cenas de merchandising de produtos da época da exibição original, há alguma política para reexibição desses merchans?

Não temos nenhuma restrição em relação a isso. e é mais um fator que nos surpreende e mexe com a nossa memória afetiva.

 

Enquanto telespectadora, a Daniela Mignani é uma noveleira?

Sempre fui. Mas tem horas na trama que me desligo e depois me reconecto quando o final feliz está se desenhando.

 

Houve alguma novela do Viva que você acompanhou com afinco?

Tieta.

 

Para finalizar, o que podemos esperar do Viva nesta próxima década?

Só sucessos. Quando assistimos sucessos recentes da TV globo como Avenida Brasil, A Força do Querer, Amor à vida, por exemplo, visualizamos a longevidade do viva. Certamente vem muita coisa boa pela frente.

 

Um bate-papo rápido para conhecermos um pouco mais do lado “telespectador” do entrevistado.

 

Conta para gente, Daniela, qual a sua novela favorita? Das recentes, gostei muito de A força do querer
Uma Atriz? Jessica Ellen é uma grande revelação. Adoro. E estou amando ver a Regina Casé novamente como atriz.
Um ator? Acho que Chay Suede vai longe.
Um filme marcante? Muitos. Para relaxar: Sob o sol da toscana, Minha mãe é uma peça, Os Homens são de marte… E tenho especial apreço por Aquarius, Relatos selvagens, Cópia fiel.
E uma série para maratonar? Eita! Que maldade. Sessão de terapia no Globoplay.
Signo? Câncer, com ascendente em Sagitário e lua em Virgem.
O que você está lendo atualmente? Finalizando O Conto da Ilha Desconhecida (José Saramago), Só as partes engraçadas (Nell Scovell) e muito lentamente, “Cartas da Prisão de Nelson Mandela” (Edição de Sahm Venter)

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