Análise: “Fofocalizando” consolida público e começa a ameaçar sua principal concorrente

Depois de sete meses vagando pela grade do SBT, com o nome “Fofocando”, o programa vespertino de variedades do SBT, reestreou em 23 de janeiro, com a alcunha “Fofocalizando”. Mesmo com duras críticas ao formato, criado por Silvio Santos, para concorrer com “A Hora da Venenosa”, quadro de grande sucesso do “Balanço Geral”, da RecordTV, o programa aos poucos ganha forma e identidade, lançou novos quadros e após alguns ajustes importantes já consegue fidelizar o público no horário. Desde a estreia, a média semanal, segundo a Kantar Ibope, na Grande SP, tem registrado pouca variação, com audiência entorno de 6 pontos e picos de 7, entre as 14h45 e 15h45.

A partir das 15h, com o fim do programa concorrente da RecordTV, a atração do SBT cresce em audiência, conquistando diversos momentos na vice-liderança. Com a estreia da reprise de “Ribeirão do Tempo”, o vespertino do SBT diminuiu a diferença e já ameaça sua principal concorrente. Se num primeiro momento, o programa era carente de conteúdo, praticamente tendo o jornalista Léo Dias, como principal atrativo, hoje, os maiores picos do programa são os quadros “Triturador de Celebridades” e as matérias com histórias de superação. Outro ponto positivo é o quadro “Do Fundo do Barril”, resgatando programas e momentos marcantes do SBT. Os bastidores da emissora também ganharam espaço, até com entrevistas ao vivo nas gravações de programas como “Casos de Família” e “The Noite”. A atração passou a contar inclusive com jornalismo, deixando de ser exclusivamente um “tablóide de fofocas”.
Somado ao conteúdo apresentado pelo polêmico Léo Dias (que mesmo sendo parte fundamental do programa, ainda não é tratado como um dos apresentadores), a entrada de Décio Piccinini deu mais agilidade ao formato. Mamma Bruschetta e Leão Lobo continuam bem alinhados, diferente de Mara Maravilha que muitas vezes atropela os colegas e quer roubar a atenção, em sua maioria, com comentários tão dispensáveis como os do finado “Homem do Saco”. Há quem diga que é este o papel que Silvio Santos quer de Mara. Se o objetivo é polemizar, no entanto, a overdose de chatice e ignorância pode fazer o efeito contrário. Todo remédio deve servir para tratar um problema e não para causar mal súbito em quem o consome. Os efeitos colaterais nunca devem deixar o usuário indisposto e com ânsia em cada pílula consumida. Se isso ocorrer, o controle remoto parece a alternativa mais eficaz na busca do equilíbrio perfeito. Televisão é hábito e somente com o tempo, bons quadros, pautas entrosadas e fixação de horário é possível se consolidar na grade. Este é o desafio do diretor Márcio Esquilo e sua equipe que já começaram a colher os primeiros frutos, após atrair o telespectador, sabendo ouvir as críticas.
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