Jô Soares: “É cedo ou tarde demais, pra dizer adeus, pra dizer jamais”

Jô Soares: “É cedo ou tarde demais, pra dizer adeus, pra dizer jamais”
Jô se emociona ao se despedir da poltrona.

Porque as pessoas, em geral, possuem tanta dificuldade em parar, em sair dos holofotes e descansar? Talvez, para um artista, que viveu a vida inteira dedicada para a arte, sair de cena represente o fim da “pedra filosofal”. Mesmo com 78 anos, Jô Soares encerra na madrugada deste sábado (17), mais um ciclo da sua carreira. A Globo não quis seguir seu projeto adiante, mas Jô claramente não deseja dar adeus. É seu último programa na TV Globo, após 16 anos apresentando o “Programa do Jô”, que seguiu com o mesmo formato do “Jô Soares Onze e Meia”, apresentado por ele no SBT, de 1988 a 1999.

Jô se emociona ao se despedir da poltrona: “Sem plateia, eu não vivo”!

Muitos humanos dariam tudo para se aposentar e após 28 anos fazendo o mesmo trabalho poder finalmente gozar de tudo o que foi conquistado. Jô segue o mesmo exemplo de outros “dinossauros” da TV brasileira. Hebe quis trabalhar até a morte. Dercy Gonçalves até o seu último suspiro. Silvio Santos e Raul Gil não querem deixar seus auditórios. Em comum? O amor pela profissão. A certeza de que cada dia, não é igual ao outro, de que cada experiência, nos renova. O grande “elixir da longa vida” é justamente o segredo de continuar disposto e se sentindo útil, admirado, se esbaldando de cada gota da essência da vida. Todos sabem, que a vida um dia chega ao fim. “É tão natural, como a luz do dia”. E porque jogar a toalha, unicamente porque a maturidade chegou? Fazer o que gostamos, faz muito bem e nos torna eternos.

Jô pode retornar com seu programa em outra emissora, talvez com outro projeto. Quem sabe retorne para a Globo um dia. Ele pode não ser unanimidade no que faz, mesmo sendo inspiração para os aprendizes. Há quem o ache arrogante, mas sua inteligência é soberana. Jô Soares sabe que o fim chega para todos, mas que “é cedo ou tarde demais, pra dizer adeus, pra dizer jamais”. Tanto sabe disso que foi humilde em agradecer Silvio Santos e o SBT, em seu último programa na Globo, afirmando que eles mudaram sua vida e enfatizou mais uma vez: “sem plateia eu não vivo”. Até daqui a pouco Jô. Um beijo do gordo e de um Brasil orgulhoso em tê-lo por tantos e tantos anos!

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