Nova “Record News”? Investimento milionário da “CNN Brasil” tem TV aberta como alvo

Nova “Record News”? Investimento milionário da “CNN Brasil” tem TV aberta como alvo

A estreia mais aguardada deste segundo semestre em solos brasileiros é a CNN Brasil, que terá o início das suas transmissões até o final do ano, provavelmente em novembro. Com grandes nomes do jornalismo já contratados e sua sede na avenida Paulista (em frente ao MASP), bem no coração econômico do país, em fase final de estruturação, a emissora desembarca num primeiro momento na TV por assinatura e serviços de streaming (via internet). Filiais no Rio de Janeiro e em Brasília também já foram anunciadas. No entanto, se engana quem pensa que a versão brasileira da rede americana se restringe ao universo pago. Informações obtidas com exclusividade pelo Bastidores da TV dão como certo o verdadeiro alvo do investimento milionário da empresa recém-criada pelo empresário Rubens Menin (MRV Engenharia e Banco Inter) e do jornalista Douglas Tavolaro (sobrinho de Edir Macedo e que até o início deste ano era o vice-presidente de jornalismo da Record TV).

Ao sair do Grupo Record, Tavolaro recebeu todo o apoio do tio, o bispo Edir Macedo. O jornalista trocou a estabilidade por uma aventura muito bem arquitetada. Além de realizar um sonho ao fundar a CNN Brasil, Tavolaro também assumiu o desafio de vencer as Organizações Globo num dos seus pilares mais estruturados, o jornalismo. E assim como ocorreu anos atrás com a Record em sua agressiva estratégia de conquistar a liderança e com a Record News (2007), o primeiro canal de notícias da TV aberta no Brasil, Macedo vê na competência do sobrinho ex- Record, agora aliado a um dos empresários mais ricos do país e tendo em mãos a licença de uso de uma marca de peso mundial, a “número um em notícias”, uma nova oportunidade para o fim do monopólio global. Tavolaro já negou publicamente diversas vezes que o canal tenha qualquer ligação com o Grupo Record e partidos políticos.

Ex-globais são os primeiros âncoras contratados pela CNN Brasil.

Agora, Tavolaro tem finalmente a grande chance de transformar o seu novo projeto em uma concorrente à altura da Globo News e da própria Rede Globo. E todo o investimento da empresa tem um foco maior, a TV aberta. Num segundo momento, logo após sua implementação, a CNN Brasil poderá ter seu sinal na TV aberta. Ainda não se sabe se através dos canais que hoje formam a Record News ou por intermédio de outra rede de TV já existente e que atualmente tem sua grade totalmente voltada a programas de igrejas evangélicas. A informação de bastidores foi apurada pelo jornalista Júlio César Fantin e vai de encontro com os objetivos da emissora: “estar em todo lugar”. A estratégia ainda não é confirmada pela CNN Brasil.

Dentre as contratações já anunciadas pela CNN estão Evaristo Costa, William Waack, Phelipe Siani, Mari Palma e Luciana Barreto, todos que já trabalharam no Grupo Globo. O lema da CNN no país é “Feito por brasileiros para brasileiros”. Outros nomes que já atuaram ou que ainda atuam na Globo também podem ter o mesmo destino. É o caso do apresentador Dony De Nuccio que pediu demissão nesta semana da emissora. O ex-âncora do “Jornal Hoje” admitiu fazer publicidade institucional para o Bradesco, o que é vetado pelo Código de Ética da emissora. O ataque da CNN Brasil ao casting global deverá atingir profissionais experientes em TV aberta e fechada, desde âncoras e repórteres, até quem trabalha nos bastidores. A empresa estima contratar cerca de 800 funcionários, sendo 400 jornalistas. A emissora também terá escritórios internacionais. Serão 16 horas diárias de programação ao vivo.

Apesar de ter apoiado o Fórum PayTV, o ingresso da CNN Brasil nas principais operadoras de TV por assinatura ainda está em processo de negociação. Vale lembrar que a SKy e a NET/Claro tiveram participação acionária do Grupo Globo por muitos anos, desde a implantação da TV paga no país, fato que o mercado acredita que possa dificultar a entrada do canal nos pacotes dessas operadoras.

Procurada pelo Bastidores da TV, a assessoria de imprensa da CNN Brasil não retornou os contatos até o fechamento desta matéria. Caso a emissora se posicione, o texto será atualizado.

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*Escrito pelo jornalista Júlio César Fantin – Bastidores da TV

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