Coluna: O dia que o Brasil jamais esqueceu

Coluna: O dia que o Brasil jamais esqueceu
(O maior símbolo do patriotismo de Senna, era quando ele carregava a bandeira brasileira após a vitória)

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Olá, queridos leitores! Está no ar a Coluna TV Nobre da semana! Hoje, vamos tratar sobre uma pessoa que foi nobre pela sua grandeza e importância, uma lenda das pistas da Fórmula 1, dono da melhor volta de todos os tempos, das melhores e mais espetaculares ultrapassagens, o homem que triplicou a audiência da Rede Globo nas manhãs de sábado e domingo nas décadas de 80 e 90, que conquistou fãs no mundo todo e que deu ao narrador Galvão Bueno a alegria em narrar suas corridas. Mais que isso, vamos falar de um brasileiro que nos deixou no dia 1º de maio de 1994.

(1º de maio, o dia do acidente e morte de Ayrton Senna)
(1º de maio, o dia do acidente e morte de Ayrton Senna)

Toda aquela alegria acabou naquele GP de San Marino, com o acidente na curva ‘Tamburello’, no circuito de Imola, no dia 1º de maio. Confesso que, se novamente acontecer um Grande Prêmio de Fórmula 1 no circuito onde ocorreu a tragédia, eu não assistiria. Sua morte causou imensa tristeza no Brasil e no mundo. Homens, mulheres e crianças em todo o mundo choraram pela tragédia em Imola. O mundo e não só o Brasil, perdeu um herói. Até hoje, se alguém do exterior perguntar de qual país você é natural, diga que você é do país do Senna, e fica tudo certo.

Na época que Ayrton Senna começou a voar nas pistas da Europa, a Rede Globo pensou em acompanhar Senna, pois os críticos diziam que ele prometia ser um grande nome na “Fórmula 1” e isso para eles seria garantia de audiência já que brasileiros como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet eram respeitados no país e muito pelo investimento da Globo no esporte automobilístico. A primeira transmissão da Rede Globo com Senna foi pela categoria “Fórmula Ford”. O IBOPE começou a analisar que no período das corridas nos domingos, a audiência da “emissora dos Marinho” pelas manhãs e quando tinha corridas a tarde, triplicavam. Madrugadas chegavam aos dois dígitos com facilidade e as explicações se baseavam em apenas um nome: Ayrton Senna. “Lá vem ele na ponta dos dedos, Ayrton, Ayrton, Ayrtoon Senna do Brasil!”

(O maior símbolo do patriotismo de Senna, era quando ele carregava a bandeira brasileira após a vitória)
(O maior símbolo do patriotismo de Senna, ele e uma bandeira brasileira após a vitória)

Nenhum outro piloto, de qualquer lugar do mundo, conquistou tantos telespectadores como ele. Senna mobilizava as famílias para a TV seja qual fosse o horário da corrida. Ali o povo sabia que Senna na pista era sinônimo de espetáculo, mesmo que por ventura estivesse largando nas últimas colocações.

Pessoas que não gostavam de automobilismo, começaram a acompanhar  o “mago das pistas”  nos Grandes Prêmios. Mais que isso, começaram a se emocionar a cada curva, a cada reta e a cada bandeira quadriculada onde sairia mais uma vitória de Ayrton. Entretanto, Senna não limitava apenas em ser um piloto de corrida. Ele era, também, preocupado com as dificuldades sociais do Brasil, era patriota com orgulho e não como um alienado, o “Instituto Ayrton Senna” é prova disso.

“Vamos Senna, larga bem Senna, disparou ali na ponta!” e assim a emoção de Galvão Bueno contagiava a todos. Senna e Galvão Bueno formaram a melhor dupla do automobilismo, melhor até que Senna e Prost. Eram narrações de arrepiar porque as corridas eram de arrepiar, como se Galvão estivesse no carro com Ayrton. A emoção do narrador era também a nossa e com o “Tema da Vitória” o nosso domingo era simplesmente espetacular. “Depois desta curva, Aponta Senna! Vem pra reta, vai pra vitória! Mihaly Hidasy! Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil!”.

(Homenagem da seleção brasileira campeã do mundo em 1994  para Ayrton Senna)
(Homenagem da seleção brasileira campeã do mundo em 1994 para Ayrton Senna)

Trecho de um documentário sobre Ayrton Senna: “1994, nunca vou esquecer Suzuka aquele ano. A atmosfera daquele lugar. Senna não estava mais lá. Estava lotado como sempre. Um pouco antes da largada surgiu um helicóptero pintado com as cores do capacete de Ayrton, e o helicóptero fez uma lenta volta em todo o circuito a cerca de 100 metros do chão. Em cada curva ele parava e se curvava. Eu vou te dizer, foi eletrizante, absolutamente eletrizante. Não se ouvia outro som. Foi um dos momentos mais emocionantes que já testemunhei no automobilismo. A coisa mais extraordinária”. Nigel Roebuck – Correspondente de F1.

Para os apaixonados pela história de Ayrton: foi criada por um estúdio inglês uma estátua de Senna e a mesma está exposta no Museu de Cera de Petrópolis. Ela esteve no Instituto Ayrton Senna, em São Paulo, mas está desde o dia 21 de março na cidade serrana do Rio de Janeiro, exatamente no dia em que, se estivesse vivo, Ayrton Senna completaria 55 anos. A estátua de cera levou oito meses para ficar totalmente pronta.

Fica, aqui, a homenagem da ‘TV Nobre’ ao nosso herói nacional, Ayrton Senna da Silva.

Hoje, encerramos por aqui! Mais informações sobre a TV brasileira? Sigam a @ColunaTVNobre.

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