Quadrinista brasileira acusa série da Netflix de plágio

Mary Cagnin, quadrinista brasileira, usou suas redes sociais para denunciar um suposto plágio por parte da Netflix.
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Segundo ela, a história da série “1899”, dos mesmos criadores de “Dark” é idêntica a do seu quadrinho.
“O dia que descobri que a série 1899 é simplesmente IDÊNTICO ao meu quadrinho Black Silence, publicado em 2016”, escreveu.
“Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, detalhou as semelhanças.
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Mas como sua obra chegou ao exterior?
Segundo Mary Cagnin, ela participou da Feira do Livro em Gotemburgo, evento de grande influência na Europa.
“Participei de painéis e distribuí o quadrinho Black Silence para inúmeros editores e pessoas do ramo. Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês”, explicou ela.
“Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pela meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele”, lamentou a quadrinista.
“Obviamente, Black Silence é uma obra curta, quase um conto. É muito fácil, em 12h de projeção da série, diluir todas essas ‘referências’, mas a essência do que eu criei está lá”, disse ainda.
“Já cansei de chorar. Agradeço a todos que leram até aqui e a todos meus leitores por todo o apoio que recebo. Inúmeras pessoas no inbox do Insta comentando sobre as similaridades. Vou ver os procedimentos que devo tomar. Se é que é que há algo que possa ser feito”, acrescentou.
Mary disponibilizou seu HQ gratuitamente para que os internautas possam comparar com a série e observar as semelhanças.
Devido à repercussão das acusações, Baran bo Odar e Jantje Friese, produtores da série, se pronunciaram:
“Uma artista brasileira alegou que roubamos sua história em quadrinhos. Para deixar claro: nós não [roubamos]! Até ontem nem sabíamos da existência dessa história em quadrinhos. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não baseada em nenhum material de origem.”, disse Friese.
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“Claro que isso deveria ser um esquema para vender mais de suas histórias em quadrinhos: bem jogado”, rebateu.
Baran bo Odar afirmou ter entrado em contado com Mary e pedido para que ela retirasse a acusação de plágio.
“Infelizmente não conhecemos a artista, nem sua obra ou quadrinho. Nunca roubaríamos de outros artistas, já que nos sentimos como artistas. Também entramos em contato com ela, então esperamos que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio”, disse.

