Antonio Fagundes sobre não ter redes sociais: “A privacidade é uma conquista moderníssima”

Antonio Fagundes não esconde de ninguém que é avesso à internet e brinca, nos bastidores do “Encontro”: “Não sei se vou ler a matéria! E eu falando isso para uma repórter de internet?”, diz bem-humorado. Ele gosta de ler as notícias folheando o jornal impresso, não tem e-mail por opção, o celular ainda é de botão, vê as horas no relógio de pulso, prefere um bom livro a mexer no computador e também não usa aplicativos nem redes sociais.
Se na telinha ele empresta seu talento, charme de eterno galã e carisma a inesquecíveis personagens, fora dela o ator não é diferente. Apesar de educado e gentil, Antonio Fagundes faz críticas às novas formas de se relacionar e pretende não se render a elas: “Eu já vou ter morrido quando isso tiver que acontecer!”.
E essa opinião não é por desconhecimento das plataformas, mas por ideologia. “É um veículo maravilhoso, mas o problema é a forma como as pessoas utilizam”, afirma ele. Fagundes acredita que não é possível ter 5 mil amigos e dar atenção a todos. “Nós estamos nos relacionando menos do que falamos. A internet veio resolver problemas que nós não tínhamos”, completa o ator.
Ele até tentou fugir dos grupos de família, mas foi obrigado a participar. Só que faz questão de deixar claro que só abre exceção para visualizar as mensagens quando viaja com os filhos para combinar horário, local e trocar fotos. “O meu auge tecnológico foi o fax, eu parei aí”, explica ele.
Sobre selfie, Fagundes explica que não se trata de ser ruim ou bom, mas se tornou chato: “O autógrafo, por exemplo, tem pessoas que ainda guardam o de 30 anos atrás e a selfie você não tem isso. Até porque não cabe na máquina. E aí passa o dedinho e o que era importante deixa de ser em 30 segundos”.
O ator afirma que não gosta de expor a sua vida pessoal. “A privacidade é uma conquista moderníssima que a gente jogou fora. Levou séculos para conseguir o direito de não ser achado e você abre não disso”, opina ele, afirmando que no futuro as pessoas vão se arrepender da exposição. Antes de encerrar o bate-papo, o ator reconsidera: “Vou tentar ler a reportagem”, diz ele, com toda a sua simpatia.