Tony Ramos comemora papel ambicioso em “Vade Retro”

Nem tão autoritário quanto Getúlio Vargas, nem tão vilão quanto Zé Maria, mas tão simpático quanto o doce coronel Boanerges, de “Cabloca”. Tony Ramos ainda “estava no circuito” com “A Regra do Jogo” quando o diretor artístico Mauro Mendonça Filho descreveu para ele o que deveria mais ou menos ser Abel, seu personagem de “Vade Retro”, que estreia em abril.
“Ele falou que precisava de um ator que não tinha medo de fazer o Zé Maria, nem o Boanerges e que tivesse coragem de falar de assuntos que sopram ‘maquiavélicos’ aos ouvidos de quem escuta. Ele me convenceu”, conta Tony Ramos, entusiasmado pelos bastidores da minissérie, em São Paulo.
Pelas dependências do Jockey Club, Tony circulou boa parte do tempo das gravações da minissérie. Com a câmera ligada, com as sobrancelhas todas bagunçadas, rímel na barba e ternos devidamente alinhados. Com a câmera desligada, com os textos debaixo dos braços e sempre com uma piada pronta na ponta da língua. “Eu sou muito bem-humorado, adoro humor, assim como a Monica (Iozzi). Eu chego a ser debochado, mas não grosseiro, mas faço as coisas com seriedade”.
E o humor do veterano soma ao dos autores Alexandre Machado e Fernanda Young. “Ele é politicamente incorreto e fala, com elegância, algumas barbáries. Por isso, a plateia se diverte.”
Com isso, vem o sucesso de Abel. “Ele começa a ter fama, ganha dinheiro com isso e torna-se um homem de múltiplos negócios, mas tudo com ele funciona no caixa dois. Ele declara apenas uns 15% das coisas. E ele quer esquentar esse dinheiro e se divorciar. É um homem sem nenhuma correção ética, mas que acha tudo muito normal.”
E Celeste, personagem de Monica Iozzi, será a responsável por colocar o ambicioso na linha – ou, pelo menos, tentar! “Ele vai atentar as pessoas! Sempre que ele aparece parece que vão acontecer coisas (risos)”, adianta Tony.
Como Celeste foi uma criança beijada pelo Papa, ela despertará ainda mais o interesse desse misterioso empresário. “É uma série de fatores que atraem o meu personagem pela Celeste. E ele coloca isso como obsessão. Vocês vão ficar muito felizes em ver uma atriz como a Mônica fazendo a Celeste”, promete o ator, com mais de 50 anos de carreira.