Coluna: Chaves é mexicano, brasileiro, é do mundo todo!

Coluna: Chaves é mexicano, brasileiro, é do mundo todo!

Quem tem armaduras contra a perda de alguém querido, que atire a primeira pedra! Em um dos finais de semana mais tristes para a TV brasileira (e tantas outras TVs pelo mundo), a Coluna Ponto de Conversa presta sua singela homenagem a Roberto Gómez Bolaños, o eterno Chaves. Diante da saudade, nosso encontro tenta remontar o sucesso do seriado mexicano mais famoso de todos os tempos. Qual o segredo de Chaves para fazer sucesso durante tanto tempo no Brasil?

Os personagens mais famosos de Roberto Bolaños (Imagem: Reprodução)

Cinco anos de idade, horário do almoço e a televisão ligada todos os dias no mesmo canal. A hora era sagrada! Cinco da tarde, logo após a aula, desta vez com seis anos de idade e a história se repetia, o personagem principal da série ainda me convencia que, no mesmo canal e na mesma hora, eu poderia achar graça das mesmas cenas. A relação era simples e duradoura. Simples porque não exigia nada demais, as vezes nem muita atenção, com piadas decoradas na cabeça, o engraçado mesmo era aguardar a cena acontecer… talvez porque poucas séries tem tantos atores bons. Duradoura porque o tempo passou e nada mudou. Os episódios são os mesmos, os efeitos são idênticos a mais 30 anos, e o menino da vila se tornou um amigo de infância que ainda estava a me entreter, ensinar e fazer sorrir. Com Chaves e sua turma eu aprendi a pensar em quem precisa de ajuda, a fazer piada da própria sorte na esperança de que tudo sempre ficará bem; a não condenar as pessoas precipitadamente e a entender que a humildade deve ser a nossa essência.

Roberto Bolaños nasceu no dia 21 de fevereiro de 1929, 85 anos atrás, mas foi só com 41 anos que pela primeira vez um de seus personagens mais famosos apareceu na TV. “Chapolin Colorado” é o herói que todos nós podemos ser. Vermelhinho é dois anos mais novo que o seu irmão, nasceu em 1970, enquanto Chaves, 72. Logo nos primeiros anos, ambos os seriados despontaram no México e não demorou muito para que ganhassem o mundo. Não era Hollywood, era um país latino que vendia uma das maiores febres do humor da história. No Brasil, o garoto pobre da vila e o herói atrapalhado só deram as caras em 1988, no SBT. Chegaram por aqui tão tímidos quanto a personagem Paty, do seriado, mas logo fizeram sucesso. Na década de 90, enquanto o SBT assustava a concorrência com os fenômenos “Aqui Agora” e “Carrossel”, os personagens de Bolaños vivam seu apogeu em terras tupiniquins. Chaves era referência entre a garotada, mas mais do que isso, conseguia prender em frente a TV todo e qualquer tipo de pessoa. Naquele tempo, mesmo já não sendo uma grande novidade, “El Chavo del Ocho” era responsável por uma das maiores audiências do SBT, conseguindo chegar fácil aos 22 pontos no IBOPE.

A partir deste ponto, leia o restante da Coluna ao som de “Boa Noite Vizinhança”:

https://soundcloud.com/richardborges/chaves-boa-noite-vizinhan-a

Com Chaves não existia tempo ruim. A ingenuidade do garoto era a brecha para, mesmo sem perceber, fazer piada da sua pobreza. Órfão como um morador de rua, mas feliz como quem conquista algo na vida. O que ele tinha para conseguir viver assim? A amizade de toda uma vizinhança. Essa vizinhança seria como a nossa família, nossa rede de amigos, todos aqueles que gostamos e buscamos ter por perto, como um porto seguro. A pobreza pode ser a mesma de milhões de brasileiros, mas como já dizemos a muito tempo, nós não desistimos nunca… e o Chaves também não! Quem nunca engoliu seco junto a Seu Madruga, os pedidos de comida do garoto? Quem nunca encontrou com crianças que a cada fim de ano sonham, e apenas sonham, em ter uma ceia na noite de natal? Quem nunca olhou torto ou ao menos viu ou assistiu uma situação parecida com a que Chaves enfrentou ao ser chamado de ladrão? A injustiça. O menino do barril é sucesso até hoje porque todas as situações apresentadas de forma cômica, ainda fazem parte da nossa realidade. Chaves ainda arrematará multidões de fãs, porque é simples no que diz, perspicaz no que ensina e rico no que aborda. A vizinhança nunca morrerá porque sorrir pode ser o melhor remédio, ainda que jovens todos podemos ser e as estrelas estejam a nos testemunhar. Chaves é brasileiro também, é do mundo todo!

Os bordões de Chaves são uma grande marca do seriado (Imagem: Reprodução)
Os bordões de Chaves são uma grande marca do seriado (Imagem: Reprodução)

Sem dizer “adeus” jamais, está é uma singela homenagem da Coluna #PontoDeConversa ao mestre do humor, Roberto Bolaños!

Eu sou Fábio Melo e este foi o nosso, “Ponto de Conversa”!

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Um grande abraço meus queridos, até semana que vem!
#fuuui!

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