Coluna: O segredo do sucesso do jornalismo da Rede Record

Coluna: O segredo do sucesso do jornalismo da Rede Record
A simpatia do principal âncora da Rede Record: Marcelo Resende

ColunistaA Record é uma das emissoras que mais fazem sucesso com jornalismo. Praticamente das 6:15h às 21:30h, a sua programação é ao vivo e tem como foco o jornalismo, por meio das informações que estão acontecendo no momento. Além disso, se não fosse o alto ibope de programas como o “Balanço Geral”, “Fala Brasil”, “São Paulo no Ar”, “Domingo Espetacular”, “Domingo Show”, “Câmera Record” e “Jornal da Record” a Record estaria disputando pontos com a Rede Bandeirantes (quarto lugar em ibope), já que suas novelas não passam dos dois dígitos em média geral há uns 2 ou 3 anos. E a maioria dos programas de auditório da Record (com exceção do “Legendários”) estão na terceira colocação. Revistas eletrônicas como “Hoje em Dia” penam para conquistar 5 pontos. Então, sem o jornalismo, a emissora perderia uns 2 pontos de sua média dia.

Mas o que faz a Record ter alto ibope e sucesso com seus programas jornalísticos? No TV e Você de hoje, explicaremos os motivos da emissora ter tanto sucesso com o telejornalismo.

Em primeiro lugar, o jornalismo da Record tem poucos intervalos, ou nenhum, justamente para evitar perda de audiência para outros canais e para receber ibope da concorrência, quando ela está justamente no intervalo. Por isso, o jornalismo da emissora foi feito para dar audiência e não faturamento, pois a Record tem uma fonte alternativa de renda chamada Igreja Universal do Reino de Deus, que é um dos clientes da emissora e compra as madrugadas dela por um valor muito superior do que seria pago se a Globo vendesse as suas madrugadas para a mesma igreja. Telejornais com poucos intervalos conseguem “lutar bem” contra programas da concorrência, com um número regular de intervalos. Isso é concorrência desleal.

Rede Record e sua cliente que compra espaço publicitário
Rede Record e sua cliente que compra espaço publicitário

Em segundo lugar, o jornalismo da Record tem um foco policial e/ou sensacionalista, explorando as desgraças alheias, fofocas de celebridades e alguma morte que ocorreu, mesmo que tenha sido do irmão de um famoso (ou “semifamoso”) e por causas naturais. E, se possível, a emissora pode aproveitar e insinuar que aquilo aconteceu com a celebridade e não com o parente dela. Foi assim no caso do irmão do Mc Gui, que um “GC” dava a entender que era o Mc Gui que havia batido as botas. Corrigiram o “GC” depois de reclamações na internet, mas isso não amenizou o erro que cometeram.

MC Gui morreu??? Não! Só erraram o “GC” do Cidade Alerta
MC Gui morreu??? Não! Só erraram o “GC” do Cidade Alerta

Em terceiro lugar, o jornalismo da Record tem um perfil em que os apresentadores possuem posição central no telejornal. Por isso, todos os profissionais devem ter um perfil popular, simpático à população e aos anseios dela. E deve ser engraçado ou pelo menos competente para ficar mais de 2 ou 3 horas em pé, apresentando o Jornal.

A simpatia do principal âncora da Rede Record: Marcelo Resende
A simpatia do principal âncora da Rede Record: Marcelo Resende

Em terceiro lugar, um telejornal não deve somente explorar a desgraça alheia, mas ter também um pouco ou até muito humor, mesmo que isso comprometa a credibilidade do programa, pois o jornal deve atrair inúmeros públicos de uma vez só, por meio de humor, informação, apelação, etc. Por exemplo o “Cidade Alerta”, em que o Marcelo Resende brinca e acaba zuando os repórteres das afiliadas; ou o quadro do “Balanço Geral”, em que as futilidades das celebridades são comentadas pela jornalista Fabíola Reipert, que tem fama de venenosa na internet.

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Fabíola Reipert e seu “jornalismo verdade” sobre celebridades no “Balanço Geral”

Em quarto lugar, se um boato se espalhar na internet, comente muito sobre ele sem nem mesmo checar a fonte, mesmo que depois acabem descobrindo que a informação é uma mentira. Um exemplo foi o caso da morte mais rápida do mundo, em que Amin Khader, uma espécie de coringa da Record, teve seu óbito anunciado de manhã no “Fala Brasil”, da Rede Record, mas durante o “Cidade Alerta” descobrem que ele não morreu. Depois o indivíduo estreou com um quadro, especialmente para o Rio de Janeiro, na revista eletrônica “Hoje em Dia”.

Amin Khader e seu boato no “jornalismo verdade” da Record
Amin Khader e seu boato no “jornalismo verdade” da Record

Em quinto lugar, para ter um maior sucesso com anunciantes, pode ser preciso usar o jornalismo a seu favor. Por exemplo, citar acusações que já haviam sido feitas meses antes sobre o HSBC, para que, posteriormente, eles comprem anúncios na Record, somente para talvez desmentir as informações dadas pelo canal. Segundo Daniel Castro, essa prática foi feita contra o HSBC e a Coca-Cola, entre outras empresas. Para obter mais informações, acesse estes links:

http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/mercado/entidades-advertem-record-por-perseguicao-a-anunciantes-1619

http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/record-usa-jornalismo-para-atacar-banco-que-se-recusa-a-anunciar-1518

Mesmo sendo do Daniel Castro (ex-blogueiro do R7), as matérias citam entidades que advertem a Record sobre uma suposta perseguição a anunciantes.

Em sexto lugar, misture coisas que não deveriam se misturar. Um telejornal ou um conteúdo jornalístico, com isenção, deve ser laico (por exemplo, não ter relação com igreja), mas a Record tem um quadro no “Balanço Geral” chamado “A HORA DO MILAGRE”, em que um pastor fica pelo menos de 3 a 5 minutos falando, convocando os próximos cultos, etc.

Sem mais, semana que vem minha coluna irá falar sobre qual emissora tem mais consistência para conquistar o segundo lugar: o SBT ou a Record. Tenham uma boa semana.

 

 

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