Coluna: SBTistas x Recordistas! Quem vence essa batalha?

Coluna: SBTistas x Recordistas! Quem vence essa batalha?

Não é bem assim que aconteceu...

A páscoa está chegando… Feriadão prologado, diversão com os amigos, reunião com a família, descanso e, é claro, muito chocolate! Tudo isso e muito mais é o que desejo aos leitores do “Bastidores da TV” e, em especial, aos que sempre me acompanham em minhas colunas.

Não se lembra do último texto publicado por mim aqui no “Bastidores da TV”? Então o acesse clicando AQUI.

Lembrando que as notícias postadas nesta coluna não condizem 100% com a realidade. Mas, por conta disso, não emburre. Desfaça este semblante carrancudo e abra o sorriso lindo que você tem. Venha se divertir comigo. Sigam-me os bons!

SBT x Record
Direitos de imagem (@Andre_Liberal)

Em minhas vivências televisivas, já passei por poucas e boas, desde colocar a dentadura de um determinado apresentador de molho no vinagre branco e depois colar fita adesiva para fixar e não cair durante a gravação, até gravar em Dubai para uma edição de aniversário do meu extinto programa sobre viagens (um dia eu conto). Porém, a minha maior experiência neste quesito não foi bem envolvendo os bastidores das emissoras e a vivência diária com câmera e gravação. Fiz tudo isso, claro (beijinho no ombro), mas considero menos produtiva do que uma atividade que desenvolvi junto a um instituto de pesquisa do ramo.

Em 2009 eu estava em uma crise, não tinha mais dinheiro nem para comprar refrigerante de segunda mão, e quente, no mercadinho da esquina. Seu Abreu não aceitava mais fiado. Almoçava ou jantava, era triste minha situação. Tinha acabado de me desvincular de uma emissora carioca e estava sem rumo. Fiquei uma semana nessa situação, parecia um mendigo, barba grande, cheiro de suor, juro que pensei em suicidar-me. Miojo e aguardente já não funcionavam mais, como nos dois primeiros dias. Foi quando recebi uma ligação:

– Alô?

– Boa tarde, falo com o titular da linha?

– Ele mesmo. Em que posso ajudá-lo?

– É simples. Estamos com uma proposta de pesquisa superinteressante para o nosso instituto. Trata-se de uma investigação minuciosa sobre o perfil do público brasileiro de duas emissoras de concorrência forte no Brasil, o Sistema Brasileiro de Televisão e a Rede Record. Vimos seu perfil no www.euprecisodeumempregourgente.com, o desespero e a vontade louca de trabalhar, e decidimos entrar em contato com você. Aceita?

– Primeiro, com quem falo?

– Doutora Polo.

– Doutora Polo? Que nome diferente. Até me lembra o nome de uma vizinha barraqueira que eu tinha… Voltando, mas qual a finalidade dessa análise?

– Pretendemos entrar no mercado brasileiro e queremos saber quais das duas emissoras se adequam mais ao nosso perfil. Só isso.

– Ah! Por mim tudo bem!

Fiquei mais 12 horas ao telefone. Ela perguntou meu nome, RG, CPF, cartão SUS, Bolsa Família, que numero eu calçava, se eu fumava, em que dia, mês e ano eu havia tido a minha primeira relação sexual e muito mais… Minha boca até cansou. Coloquei no viva-voz, fui à cozinha, bebi água. Tomei banho, troquei de roupa, escrevi um texto de 30 folhas e ela lá ainda. Na hora que o relógio cravou meia noite, ela desligou. Fechei o contrato com os mínimos detalhes e comecei a trabalhar no dia seguinte. Minha plataforma de trabalho? A rede social Twitter.

Primeiro analisei o perfil dos fãs da Record, codinome RECORDISTAS. Observei o seguinte:

1º.  São cheios de expectativas e sempre querem alcançar o topo;

2º.  Sonham tanto com uma programação líder de audiência que esquecem das limitações que a mesma enfrenta;

3º.  Botam fé demais nas novelas da emissora, dão a cara a tapa que as benditas vão beirar os 20 pontos, quando na realidade não passam dos seis;

4º.  São movidos pela aventura, ação e sensacionalismo sobre a desgraça alheia. Acostumaram-se com a ideia que a emissora que tanto prezam é forte apenas pelo jornalismo;

5º.  E, por fim, adoram zuar os “altos investimentos” da concorrente em novelas mexicanas.

Anotei os cinco pontos cruciais que a Doutora havia solicitado. Fiquei com fome, preparei um shake que a Luciana Gimenez havia me dado de presente quando eu trabalhava na RedeTV (sabor figo com ameixa). Parti para agora especular sobre a emissora de Silvio Santos. Codinome SBTISTAS. Observei o seguinte:

1º.  São alegres, nervosos, briguentos e vivem presos ao ibope do passado;

2º.  Tem um enorme apreço pelo dono Silvio Santos e se pudessem trabalhariam todos para ele;

3º.  Suas teorias de autodefesa são embasadas em outras teorias que acabam por gerar mais bafafá e não chegam a nenhum consenso;

4º.  Sempre que podem, pedem aos diretores reprises e mais reprises na grade, seja de novela, série, filme e assim por diante;

5º.  Adoram um barraco e se vangloriam por serem os mestres dos programas de auditório.

Atendei-me aos fatos observados em ambas as pesquisas, preparei um relatório e enviei para a Doutora Polo, com meus pareceres. Dizia o seguinte:

“Excelentíssima Doutora Polo, como solicitado observei minunciosamente tudo o que se passava no Twitter referente a ambas as emissoras em questão. Cheguei a seguinte conclusão: se optares por transmitir na Record, então aborde temas mais polêmicos e, se possível, que envolvam traços jornalísticos e com muita violência. Agora, se optar por fincar seu projeto no SBT, então produza programas com temáticas mais leves, engraçadas e dinâmicas. Preferencialmente duble este conteúdo, pois eles amam assistir programas dublados e não se preocupe com a rotatividade de programas, pois adoram reprise. Espero que eu tenha feito o solicitado”.

Nunca mais ela me ligou. O pagamento? Caiu em minha conta seis meses depois e veio até com juros. Ao todo, recebi R$ 100 dólares. Acredito que o mercado brasileiro não a atraiu muito. Fazer o quê, né?

 

Colaboradores:

Arte: @Andre_Liberal 

Revisão de texto: @willmelomorais

 

E não se esqueça de me seguir no twitter também para qualquer sugestão, crítica, elogio, bonificação e assim por diante… @Hjms_QuimTv

Ou me envie um e-mail: hiago@bastidoresdatv.com.br

Até quarta que vem! #Partiu

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