“SBTCop”: Enquanto Globo, Record TV e Band esbanjam uso de helicópteros, SBT tem dificuldade em decolar

O SBT é hoje uma das únicas grandes emissoras do Brasil que não possui um helicóptero próprio para transmissões ao vivo em seus programas jornalísticos. O equipamento eventualmente utilizado no “Primeiro Impacto” e no “SBT Brasil” é de uma empresa terceirizada. De acordo com informações obtidas pelo Bastidores da TV, o contrato é de apenas 30h de sobrevôos na Grande São Paulo, o que visa uma economia da emissora e acaba por prejudicar as coberturas em tempo real dos acontecimentos na maior metrópole da América Latina, pela segunda maior emissora de TV do país.

Enquanto Globo, Record TV e Band esbanjam da utilização deste equipamento em seus telejornais, o SBT só levanta vôo em casos excepcionais, tudo para não ultrapassar as 30h mensais de contrato, um verdadeiro absurdo para uma emissora que mantém no ar um jornal ao vivo por 6h30, de segunda a sexta-feira, no início das manhãs e raramente pode contar com o uso da tecnologia. O SBT só possui um contrato para transmissões aéreas para a Grande SP, enquanto importantes praças como Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre não possuem o serviço disponível diariamente para seus telejornais. As filiais do canal de Silvio Santos raramente podem contar com o equipamento.

Em agosto, durante a cobertura do sequestro do ônibus na Ponte Rio-Niterói, o apresentador Marcão do Povo cobrou ao vivo no “Primeiro Impacto” o uso do suposto helicóptero do SBT Rio, pois a falta do mesmo estaria prejudicando a cobertura e fazendo com que os telespectadores migrassem para as concorrentes, todas com transmissões aéreas do fato. Para surpresa do telespectador do SBT, naquele dia, cerca de cinco minutos após o sequestrador ser morto, a emissora conseguiu colocar no ar imagens do helicóptero que acabou sendo contratado apenas para aquela ocasião. O uso do helicóptero durante o “Primeiro Impacto” é amplamente disputado entre Dudu Camargo e Marcão do Povo. Nem sempre eles podem contar com o serviço, uma vez que o limite de horas de vôo contratadas não pode ser ultrapassado, tudo por simples economia. Talvez a venda de patrocínio, como é feito com o “Globocop” fosse uma alternativa para o SBT ampliar as horas do equipamento.
Se a Globo faz uso diário de seu “Globocop” em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras importantes capitais, fazendo inclusive proveito comercial do equipamento, o “SBTCop” continua com dificuldades para decolar. Assim como a primeira colocada em audiência em todo país, Record TV e Band também possuem aeronaves à disposição em diversas capitais brasileiras, trazendo prestação de serviços e melhores coberturas jornalísticas aos telejornais e programas de variedades locais e nacionais. No desespero, muitas afiliadas do SBT tentam improvisar contra os fortes investimentos das concorrentes. Na Bahia, por exemplo, a TV Aratu utiliza imagens de drones contra os helicópteros da concorrência. Em Belo Horizonte, o helicóptero está disponível no “Alterosa Alerta”, da TV Alterosa. No Sul, por iniciativa própria, a Rede Massa (Curitiba), do apresentador e empresário Ratinho, também conta com um helicóptero à disposição do jornalismo.
Procurada pelo Bastidores da TV, o SBT confirma as informações apuradas. “O SBT não possui helicóptero próprio. Temos um contrato de 30 horas mensais, que usamos de acordo com a conveniência jornalística. Nas outras praças alugamos horas de voo quando necessário. Drones têm sido usados quando necessário, inclusive em matérias pautadas”, esclarece a assessoria de imprensa da emissora.
SBT regride em investimentos

Se hoje o SBT pouco uso faz de helicópteros em sua programação, a década de 90 mostrava uma emissora muito a frente do seu tempo. O comandante Hamilton, hoje na Record TV, foi lançado pela emissora nas extensas e marcantes coberturas jornalísticas do “Domingo Legal”, com Gugu Liberato. Hamilton, conheceu o apresentador Augusto Liberato que o convidou para lançar para-quedinhas no programa do SBT que estava para estrear. Era o “Domingo Legal”. Foi um sucesso desde o início: o helicóptero foi um dos responsáveis pelos maiores picos de audiência do programa. Comandante Hamilton fez faculdade de jornalismo para dar credibilidade e eficiência ao serviço prestado às emissoras de televisão do país. Durante sua passagem pelos domingos do SBT, Hamilton foi o responsável por grandes coberturas e por uma fase a qual o SBT ousava e jamais economizaria em um serviço que hoje é tão básico até para uma simples afiliada.
Siga/Participe:
*Escrito pelo jornalista Júlio César Fantin – Bastidores da TV
E-mail: colunajuliofantin@gmail.com
Twitter: @jcfantin
Facebook: @eusouojulio
Instagram: @juliocesarfantin