Coluna: ‘Teleton Brasil’ – O que um “não” pode representar

Olá, queridos leitores! O que pode representar um “não” na sua vida? Essa palavra que escutamos quase todos os dias, de várias maneiras e em vários momentos, mas a situação que você mais sentiu um “não” de verdade foi quando um pedido seu de ajuda para alguém foi negado. Hoje, vamos tratar do ‘Teleton’, o veto imposto pela Rede Record para que os seus artistas não possam participar do programa e as consequências que um pedido de ajuda negado pode gerar.

Talvez um dos meses mais importantes da TV brasileira chegou. O mês de outubro para muitos brasileiros é o mais aguardado do ano. Um mês que simboliza a solidariedade. O Teleton chegou pelas mãos de Hebe Camargo no SBT e há 18 anos a parceria entre a emissora de Silvio Santos e a AACD percorre a casa dos telespectadores por todo o Brasil. Já ouvi casos de pessoas que não assistem TV cotidianamente, mas quando chega à época do ‘Teleton’, eles fazem questão de ligar a TV e acompanhar um programa de entretenimento, informação e prestação de serviço. Um programa três em um.
Todos os anos existe uma preocupação, um causador de frio na barriga. A campanha para a Rede da Amizade, esse nome representa todas as emissoras que apoiam e liberam os seus artistas para participar da maratona.
Várias críticas contra a Record foi exposta nas redes sociais, principalmente pelo fato de Silvio Santos e Edir Macedo terem se tornado “amigos” após a reunião que fizeram no Templo de Salomão. Entenda: são negócios e nada mais. No ramo, não dá para misturar ou criar expectativas dentro do assunto. Eles, agora são “amigos de negócios”, mas ambas as emissoras deixaram claro que a guerra pela audiência continuará. Esse não é o ponto. No Peru, por exemplo, todas as emissoras são parceiras na maratona do Teleton, eles deixam de lado qualquer concorrência durante um dia. Porque é tão difícil humanizar os diretores e os donos de TV deste país? Ratinho, você está coberto de razão. Canalhas que não merecem comandar ou ter uma emissora de TV. O que um não pode representar na vida das pessoas que precisam de ajuda? Acompanhe a reportagem na íntegra:
“Por falta de dinheiro, duas Associações de Assistência à Criança Defeiciente (AACD) fecharam em São Paulo, segundo o ‘SPTV’. Com isso, crianças têm que enfrentar longos percursos para conseguir atendimento.
A AACD é uma entidade privada sem fins lucrativos que trata crianças e adultos com deficiência física. Por ano, faz um milhão e quatrocentos mil atendimentos, 90% deles pelo SUS. Só que, segundo a superintendente clínica, as doações diminuíram e os repasses de verbas federais cobrem menos de 20% das despesas.
As unidades fechadas foram as de Campo Grande, na Zona Sul, e a de Santana, na Zona Norte. A de Campo Grande, inaugurada em 2011, foi construída pelo governo do estado num terreno cedido pela prefeitura e recebia pacientes que antes tinham que percorrer longas distâncias para ser atendidos.
As duas fecharam as portas dia 30 de setembro. A de Campo Grande tem corredores vazios e salas de atendimento fechadas. “Eles tão fechando porque…contenção de despesas, né? Os custos ficaram altos”, disse um segurança do local.
Os 340 pacientes que eram atendidos em Santana e em Campo Grande foram transferidos para as unidades da AACD na Mooca e no Ibirapuera. Para muita gente, isso significa ter que fazer longas viagens.
A dona de casa Sheila Baros levava vinte minutos do Jardim das Imbuias até Campo Grande. Agora ela demora 1h30 para chegar ao Ibirapuera. Seu filho, Heitor, tem três anos e sofre da síndrome de Kabuki, que retarda o desenvolvimento mental e motor. Ele recebe tratamento na AACD há pouco mais de um ano.
O Ministério da Saúde disse que repassa R$11 milhões por ano para que a prefeitura
financie serviços de atendimento ao deficiente como a AACD. A Secretaria Municipal de Saúde disse que está discutindo com a AACD a transformação dessas unidades que fecharam em centros especializados de reabilitação, administrados pela prefeitura. O Ministério Público do estado informou que abriu um inquérito civil pra investigar a situação das unidades”. G1 – O Portal de Notícias da Globo
Um artista pode fazer a diferença para as crianças e adultos que frequentam a AACD, podem representar esperança e negar isso, principalmente por uma emissora que tem como dono, um Bispo que comanda um império chamado Igreja Universal do Reino de Deus, é jogar na lama qualquer senso de humanidade. Um não, nessas horas, representam vidas. Todos esperam que a Rede Record mude de ideia e apoie a causa liberando seus artistas para a maratona. Uma maratona que deveria ser considerada a maratona da família. ‘Teleton Brasil 2015’ – A maratona da família.
Hoje, encerramos por aqui! Mais informações sobre a TV brasileira? Sigam a @ColunaPCarvalho