Coluna: Ratinho – O SBTista recordista em audiência

Nas vésperas de completar 59 anos (15 de fevereiro), Carlos Roberto Massa, o dono do bigode mais popular do Brasil, o apresentador Ratinho, tem motivos de sobra para comemorar. Seu programa no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), alcança um dos seus melhores momentos dos últimos anos, voltando a incomodar a Globo na audiência. Além disso, seus negócios se multiplicam a cada dia, sua Rede Massa, afiliada do SBT no estado do Paraná, faz bonito contra a RIC Record e a Massa FM é líder no Ibope em Curitiba e outras importantes cidades paranaenses.

Nos últimos dias de janeiro, o “Programa do Ratinho” passou a ser exibido em alta definição (HD). Com uma programação diferente da habitual, as concorrentes acabaram perdendo pontos importantes e Ratinho voltou a reinar nas medições do Instituto Ibope. O programa facilmente conquista a vice-liderança em sua média. De segunda (26/01) a sexta-feira (30/01), por exemplo, a média do programa foi de 8,3 pontos, com picos de 12, uma das maiores médias da programação da emissora de Silvio Santos. Durante o mês de janeiro, Ratinho se isolou na vice, mesmo exibindo programas gravados até o dia 23/01.

Contratado por Silvio Santos, a peso de ouro, em 1998, o apresentador foi o responsável por colocar a então Rede Record dos anos 90, em primeiro lugar no Ibope frequentemente, com o programa “Ratinho Livre”. A contratação aconteceu de forma surpreendente. Ratinho foi anunciado em coletiva transmitida ao vivo pelo SBT, antes mesmo da Record cogitar um substituto. Gilberto Barros, então assumiu o posto e passou a concorrer pela audiência com o programa “Leão Livre”, que acabou sendo tirado do ar pouco tempo depois. Na ocasião, a Record prometeu medidas judiciais drásticas contra Carlos Massa e o SBT e classificou a transição como um ato desleal. Anos depois, a própria rede de Edir Macedo passou a fazer o mesmo com os artistas das concorrentes.

Os anos dourados de Ratinho no SBT foram até 2006. Com a audiência em queda, Silvio Santos deixou o apresentador na geladeira. Apresentou os programas “Você é o Jurado” e “Nada Além da Verdade”, até que virou sócio de Silvio Santos e voltou a comandar o seu programa em 2009.

“O SBT é a cara do povo brasileiro, já estou aqui dentro do SBT durante a metade da idade da emissora. O que me marca aqui é o coleguismo. Aqui a gente se sente bem, se sente em casa. É um lugar onde a gente entra e não quer mais sair”. Foi desta forma que Ratinho descreveu seu amor ao SBT, em julho de 2011, quando este colunista o entrevistou em seu camarim. Na ocasião, um dos recordistas em audiência diária da emissora, revelou ainda ser um sbtista desde pequeno e que somente sairia do SBT se fosse expulso por Silvio Santos. “Fiquei um tempo na geladeira, mas mesmo assim permaneci aqui, nem quis ouvir a proposta das outras emissoras. Admiro Silvio Santos e gosto muito do seu legado”, completou.

O “Programa do Ratinho” nunca deixou de ser popular, porém se modificou com o passar dos anos. O famoso “Teste de DNA” continua vivo. Quadros de assistencialismo continuam de maneira mais leve. Ratinho investiu em gincanas e entrevistas polêmicas. Acabou dando certo. O público voltou a acompanhar o apresentador, mais xique, mas sem perder a essência.

Gugu – De parceiro a concorrente
Um dos grandes responsáveis por Ratinho deixar a Record e ir para o SBT em 1998, foi Augusto Liberato (Gugu), que volta no próximo dia 24 de fevereiro com seu programa ao vivo pela Record, às terças, quartas e quintas, competindo com Ratinho na preferência. Contra Ratinho, o aguardado retorno do “pintinho amarelinho” e seu perfil populesco. Mas Gugu, também tem seus contras. Sua imagem desgastou desde que saiu do SBT e rompeu contrato quatro anos depois com a própria Record. Seu programa não será diário como o concorrente e Ratinho já tem um público fiel. A produção de Ratinho promete novidades para os próximos dias para continuar assegurando a vice-liderança isolada para o SBT. Novos quadros, cenários e também maior tempo de programa são algumas das apostas.

TOMANDO NOTA

E o pacto da vez não era boato? O assunto mais comentado desta terça-feira (03), foi a contratação de Xuxa pela Record. Na coluna da semana passada o assunto foi justamente Xuxa e a Record, além das brigas entre a apresentadora ex-global e a Igreja Universal do Reino de Deus, mantenedora da Record. Como deixei claro na coluna (confira aqui na íntegra o que publiquei), a Record e a IURD tentaram manchar a imagem da Rainha e hoje se orgulham de ter ela como reforço. Não é a toa que a notícia foi alvo de brincadeiras: “Tá na hora, tá na hora, tá na hora de orar…”.

Júlio César Fantin
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